Paul B. Preciado, Agnieszka Polska e Vera Mantero na 4.ª edição da bienal BoCA

Na sua 4.ª edição, a Bienal de Artes Contemporâneas tem como tema “Presente Invisível”, inspirado na “reivindicação dos corpos e dos gestos que não são dados a ver”.

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"Orlando, My Polítical Biography", de Paul B. Preciado foi mostrado na Berlinale de 2023 LES FILMS DU POISSON

O filósofo Paul B. Preciado, a artista Agnieszka Polska e a coreógrafa Vera Mantero estão entre os criadores que a Bienal de Artes Contemporâneas (BoCA) vai apresentar em Lisboa e Faro de 2 de Setembro a 15 de Outubro.

Esta 4.ª edição do evento dedicado às artes contemporâneas, com direcção artística de John Romão, tem como tema "Presente Invisível", inspirado na "reivindicação dos corpos e dos gestos que não são dados a ver", segundo a informação que foi esta terça-feira divulgada pela organização.

Nos mais de 30 projectos que serão apresentados, entre comissões, estreias mundiais e nacionais, reúnem-se autores como Paul B. Preciado, pensador da teoria queer, que exibe, em antestreia nacional, Orlando, a minha autobiografia política.

Na Culturgest, o filósofo espanhol apresentará ainda a conferência-performance Eu sou o monstro que vos fala, mais uma estreia nacional, segundo a programação, cujo formato assenta em espectáculos multidisciplinares, teatro, cinema, performances, instalações e concertos.

Comissionado e produzido pela BoCA, o espectáculo The Talking Car marcará a estreia da artista visual polaca Agnieszka Polska na criação para teatro, reunindo Albano Jerónimo, Vera Mantero, Iris Cayatte ou Bartosz Bielenia em palco, com apresentações na Culturgest (Lisboa) e no Teatro das Figuras (Faro), seguindo-se uma digressão nacional e internacional.

De regresso a Portugal, o artista mexicano Héctor Zamora apresentará a sua nova criação, Quimera, prestando homenagem à comunidade migrante e à sua força de trabalho "quase sempre invisível aos olhos dos outros", numa acção com balões que formam palavras, nas ruas de Lisboa e Faro, aludindo ao conceito de quimera na perspectiva migrante.

Também da América Latina, Gabriel Chaile, artista do norte da Argentina, irá conceber uma instalação de grande escala para a Praça do Carvão, no Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, "um espaço onde a matéria, os símbolos e as epistemologias de culturas pré-colombianas misturaram-se com a vida contemporânea".

Estes artistas irão estar ao lado de outros como Marina Herlop, Julian Hetzel, Ntando Cele, Yvonne Rainer, e os portugueses Teresa Silva, João Pais Filipe e Marco da Silva Ferreira, Ana Borralho & João Galante, João dos Santos Martins, Herlander, Gaya de Medeiros e Cláudia Dias.

A Bienal de Artes Contemporâneas - BoCA teve a sua primeira edição em 2017.