Europeu sub-19: Portugal não lidou bem com a vendetta italiana

Selecção “azzurrini” vingou goleada da fase de grupos e negou o segundo título e um campeonato de sonho aos jovens portugueses.

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Samuel Justo em duelo com Regonesi UEFA
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Irreconhecível, Portugal falhou este domingo, em Malta, o assalto ao segundo título de campeão europeu de sub-19. Itália preparou-se melhor e soube colocar em prática a vendetta (1-0) que apagou a humilhação do jogo da fase de grupos, em que perdeu por 5-1. Um resultado que nunca esteve perto de repetir-se perante a incapacidade lusa para reagir à pressão e à estratégia adversária.

Ironicamente, foi ao minuto 19 que Itália desenhou o segundo título "azzurrini", aproveitando um erro do guarda-redes português para marcar por Kayode.

Depois da goleada sofrida ante Portugal, ainda na fase de grupos, o seleccionador italiano fez cinco alterações e foi até um pouco mais longe ao mudar a organização, trocando o 4x4x2 por um 4x1x4x1 que libertou Hasa na linha de apoio a Esposito.

Portugal não conseguia libertar-se do espartilho em que foi metido, cingido com a força de Cher Ndour, sempre com Faticanti a suportar o meio-campo e a bloquear as tentativas de saída lusas. Portugal ficava ainda refém da profundidade dada por Kayode e Vignato nos corredores.

Com isso, os italianos assumiram o controlo sem que a equipa orientada por Joaquim Milheiro conseguisse, sequer, organizar-se para desmontar a estratégia dos "azzurrini". Adivinhava-se o golo de Itália, que só não marcou perto dos 10 minutos porque Esposito não conseguiu aproveitar a saída em falso de Gonçalo Ribeiro.

O guarda-redes português esteve, de resto, na origem do golo que deu vantagem aos transalpinos: Numa basculação para a esquerda, Hasa ganhou espaço para o cruzamento, solicitando entrada incisiva de Kayode. O cabeceamento surpreendeu a linha defensiva, mas o guarda-redes estava obrigado a segurar a bola.

Um erro que reforçou o ímpeto dos italianos. Desta feita, contrariamente ao sucedido no duelo da fase de grupos, Portugal não conseguiu responder nem ter iniciativa.

E, mesmo quando a Itália abrandou, permitindo a Portugal respirar um pouco, foi sempre perto da baliza lusa que se esboçaram os melhores lances de golo, com Hasa a ficar a centímetros de garantir uma vantagem confortável ao intervalo.

O máximo que Portugal conseguiu na etapa inicial foi um lance entre Rodrigo Ribeiro e Mastrantonio, na área italiana, a sugerir uma falta que o guarda-redes não cometeu. Hugo Félix tentou, de livre directo, no último lance antes do descanso, mas a bola passou longe do alvo.

Ficavam a faltar 45 minutos para tentar corrigir uma trajectória que ameaçava acabar com um Europeu de sonho, feito de vitórias e goleadas.

Com alguma cumplicidade italiana, Portugal reapareceu em cena a explorar os espaços conscientemente cedidos pelo adversário, mais interessado num jogo de transições para aplicar o golpe de misericórdia.

Vignato esteve perto de o conseguir e Gustavo Sá deu a Martim Fernandes a possibilidade de marcar em lance semelhante ao do golo de Kayode. Valeu Mastrantonio, na circunstância, a fazer a diferença e a guardar a vantagem que foi esvaziando o ímpeto e a capacidade dos jogadores portugueses.

De tal forma que, à entrada dos dez minutos finais, Itália esteve na iminência de acabar com o suspense. Mas, mais uma vez, Vignato não conseguiu bater Gonçalo Ribeiro, que fez uma defesa de elevada dificuldade.

Do lado oposto, Portugal já não mais conseguiu incomodar Mastrantonio. E a Itália voltou a ganhar uma final diante de Portugal, como sucedeu em 2003, no Liechtenstein.

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