Em Vílnius, uma vida nova para a Europa

Os aliados europeus não têm todo o tempo do mundo para levarem a sua própria segurança a sério. Ou, dito de outro modo, para deixarem de contar com os Estados Unidos para garantir a sua defesa.

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1. “Eles ficaram sem munições.” Joe Biden tem quase sempre a vantagem de falar claro. Foi esta a resposta que deu a um grupo de jornalistas, quando lhe perguntaram sobre as bombas de fragmentação. O Presidente americano já tinha explicado a sua decisão, que levou tempo a tomar e que passou por uma longa negociação com a Ucrânia. Não foi uma decisão fácil. Os arsenais americanos, que têm fornecido cerca de 70 por cento do armamento de que os ucranianos precisam para resistir à invasão russa e para reconquistarem terreno, não são inesgotáveis. Em Junho, a Ucrânia começou a ficar sem munições, sobretudo obuses de 155 mm, as mais usadas. Pede-as todos os dias. O problema não é de agora. Em Março, na véspera da contra-ofensiva, pediu à União Europeia 250 mil obuses por mês. A produção mensal da Europa não excedia as 20 mil unidades. Os ministros da Defesa decidiram, então, uma compra conjunta. Levaram meses a debater como deveriam pôr em prática essa compra. A França queria que fossem compradas apenas à indústria europeia; a maioria dos restantes países, incluindo a Alemanha, queria comprá-las depressa e a quem as tivesse. A guerra não pode ficar à espera. A responsabilidade de manter o fluxo constante de armamento para a Ucrânia tem cabido, em primeiro lugar, aos Estados Unidos. Com as bombas de fragmentação, segue mais um pacote de 800 milhões de dólares.

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