O Animal de Pedro Fernandes: “Tínhamos um cão robô, mas não era a mesma coisa”

Conhecê-los é conhecer a relação que têm com os animais. Pedro Fernandes começou por ter um cão robô até conhecer Jessie e Jack.

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O Animal de Pedro Fernandes: “O Jack gosta de estragar plantas e a Jessie adora fazer buracos” Pedro Fernandes
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"A Jessie entrou na minha vida numa altura em que os meus filhos queriam muito ter um cão. Tínhamos tentado com um cão robô, mas não era a mesma coisa. Não era muito ligado a nós, especialmente quando ficava sem bateria. O Martim era ainda pequenino e achámos gira a ideia de ter um cão a crescer com ele. O Jack, que tem dois anos, só veio mais tarde para fazer companhia à Jessie, que tem seis, especialmente nos períodos em que não estávamos em casa. Mas depois veio a pandemia e ficámos todos sempre juntos, a toda a hora.

Normalmente, eles portam-se bem, mas isso é porque já fizeram muita asneira no passado e eu agora tento prever tudo o que pode correr mal e anular o risco. O Jack gosta muito de estragar plantas e a Jessie adora fazer buracos. O Jack é uma autêntica sombra nossa e, se pudesse, estava sempre colado. Por vezes, tropeço nele porque não me apercebo que se sentou mesmo ali ao meu lado. A Jessie é mais independente, a não ser que lhe cheire a comida. Mas ambos têm muita energia.

Não costumamos ir passear para longe porque não gosto de os meter no carro muito tempo para fazerem viagens longas. Temos zonas verdes e praias muito perto de casa. Adoram ir à praia e, apesar do Jack ser um cão de água, a Jessie é que se aventura mais para fora de pé.

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Pedro com a beagle Jessie e o cão de água Jack (da esquerda para a direita) Pedro Fernandes

Uma vez que o Jack se porta melhor nos passeios e consigo que caminhe ao meu lado com trela sem ziguezaguear (ao contrário da Jessie), um dia experimentei levá-lo a correr. Começou muito bem, na frente, a puxar por mim. Confesso que até estava a ser uma ajuda nas subidas. Depois dos primeiros quilómetros desistiu de puxar e colou-se ao meu lado acompanhando o meu ritmo. Ao quinto quilómetro começou a ficar para trás e acabou ao meu colo perto do fim porque já não queria correr mais. Serviu-lhe de lição a ele e a mim, mas fizemos oito quilómetros juntos.

O papel que gostaria de ter na defesa pelos direitos dos animais? O que já tenho. Tento dar o exemplo e apoio causas sempre que isso me é solicitado ou tomo a iniciativa de ajudar quando tomo conhecimento de uma causa que merece ser apoiada. Mas estou sempre disponível para fazer mais e melhor. Sempre adorei animais e, apesar de só ter tido o meu primeiro cão há seis anos, este sempre foi um tema com que me preocupou muito. Acho que agora estou mais informado e consciente (e o mundo felizmente também está) do que ainda está mal e por mudar.

As pessoas devem pensar exaustivamente no que vai mudar na vida delas se tiverem um animal, porque vai mudar muito. Perguntem a um amigo ou dois que fizeram o mesmo, que impacto é que isso teve nas vidas deles. Da minha parte posso dizer que vão ganhar um amigo para a vida e receber muito amor em troca. Mas não vou mentir: dá muita despesa e muito trabalho. Na verdade, até tenho três animais, porque o gato da vizinha mora no meu jardim. Dorme nas nossas cadeiras e deixa-nos lembranças na relva. Por isso, acho que está bom assim."

Depoimento construído a partir de entrevista por email

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