Despesa com medicamentos nos hospitais ultrapassou os 1760 milhões de euros em 2022

O relatório do Infarmed revela que foram gastos mais 190,9 milhões em relação ao ano anterior. As áreas terapêuticas com maior despesa foram a oncologia, amiloidose e os psicofármacos.

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No ano passado, a despesa do SNS com medicamentos foi de aproximadamente 1.567 milhões de euros Miguel Manso
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A despesa com medicamentos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ultrapassou os 1760 milhões de euros em 2022, mais 12,1% do que no ano anterior, com o valor gasto em psicofármacos a duplicar, para 35 milhões.

De acordo com o relatório do Infarmed relativo à monitorização do consumo de medicamentos em meio hospitalar no ano passado, a despesa nos hospitais do SNS atingiu os 1762,1 milhões de euros (ME), mais 190,9 milhões (+12,1%) do que em período homólogo.

As áreas terapêuticas com maior despesa foram a oncologia, com 549,9 milhões de euros, uma subida de 47,7 milhões de euros (+9,5%), seguido da amiloidose (doença rara), com 57,2 milhões de euros, uma subida de 20,6 milhões de euros (+56%). Com 35,4 milhões de euros, os psicofármacos foram a terceira área terapêutica com maior aumento da despesa, com mais 18,6 milhões gastos (+ 111%) em relação ao ano anterior.

Os medicamentos com maior aumento da despesa foram os do VIH (Lamivudina+Dolutegravir), que custaram aos hospitais do SNS 33,4 milhões de euros, mais do que triplicando a despesa (+238%; +23,5 milhões), o Tafamidis (amiloidose), cujos gastos duplicaram, para 35,7 milhões (+18,3 milhões de euros), e o Pembrolizumab (para cancro de mama triplo negativo), que custou 59,5 milhões de euros, mais 17,2 milhões (+40,4%) do que no ano anterior.

O relatório da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde indica que, no ano passado, a região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que teve um maior aumento da despesa a nível hospitalar (+100 ME), seguida pela região Norte (+55 ME).

Quanto à despesa por área de prestação, a consulta externa e produtos cedidos no exterior lideram a lista, com 789,1 milhões (+11%), seguidos pelo hospital de dia (638,1 milhões de euros; +14%), o internamento (170 milhões de euros; +9,7%) e o bloco operatório, com 42,7 milhões (+2,45). Nos meios complementares de diagnóstico os hospitais consumiram em medicamentos 31 milhões e, na urgência, 20,8 milhões.

As classes terapêuticas com maiores despesas nos hospitais do SNS foram os imunomoduladores, que ultrapassaram os 553 milhões de euros (+9,7%), os antivíricos, com um gasto superior a 217 milhões de euros (+4,9%) e os citotóxicos, que custaram aos hospitais públicos mais de 210 milhões (+6,2%).

As substâncias activas com maiores encargos para os hospitais do SNS foram a imunoglobulina humana normal (62,4 ME; +18,5%), Pembrolizumab (para o cancro de mama triplo negativo), onde foram gastos mais de 59,4 milhões (+40,7%) e o Ustecinumab (para a doença de Crohn), com uma despesa de 37,3 milhões de euros (17,3%).

Nos medicamentos órfãos (para doenças raras) os hospitais do SNS gastaram 286,4 milhões de euros no ano passado, uma subida de 34,3% (+ 73,1 milhões de euros) relativamente ao período homólogo.

Em Março, o Infarmed já tinha divulgado que a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos em ambulatório teve em 2022 a maior subida dos últimos nove anos, ultrapassando 1567 milhões de euros (+9,6%), e a dos utentes subiu 7,4%.

Segundo os dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, no ano passado, a despesa do SNS com medicamentos atingiu os 1567,6 milhões de euros, mais 137,3 milhões do que em 2021, enquanto os gastos dos utentes ultrapassaram os 816 milhões de euros, mais 56 milhões do que em período homólogo.

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