Portugal perde com Geórgia em estreia comprometedora no Europeu de sub-21

Selecção não sofria qualquer derrota em jogos oficiais desde a final do Europeu de 2021. Segue-se o confronto com os Países Baixos, no sábado.

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João Neves em acção UEFA
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Não podia ter sido mais comprometedora a entrada da selecção portuguesa no Campeonato da Europa de sub-21, tendo os vice-campeões europeus saído vergados a inesperada derrota, por 2-0, face à congénere da Geórgia, selecção anfitriã deste campeonato - juntamente com a Roménia.

Rui Jorge sublinhara, no lançamento do jogo, o maior "poderio" físico dos georgianos: pormenor decisivo no lance do golo de Gagua (37') - no primeiro remate dos anfitriões - após abordagem relaxada do central Tomás Araújo, tirado do lance com a simplicidade de um contacto nas costas, em que imperou a maior força e pressão de Gagua.

Perto do intervalo, Portugal era, subitamente, confrontado com um quadro de relativa injustiça, já que mesmo tendo controlado o encontro sem problemas de qualquer espécie, muito por causa do dispositivo adversário (vocacionado para fechar todos os caminhos para a baliza de Kutaladze), também não foi além de um remate enquadrado.

Nesse momento, a selecção nacional terá pensado que aquele lance fortuito de Gagua não passaria de um pequeno acidente de percurso... Sentimento prontamente negado pela formação da Geórgia, que aumentou a vantagem já em período de compensação (45+1'), por Sazonov, num canto em que o central do Dínamo de Moscovo nem precisou de saltar, cabeceando sem oposição.

Duas falhas defensivas validavam, assim, a postura cínica dos georgianos, premiando um futebol "resultadista" de uma equipa sem argumentos para discutir abertamente o encontro com adversários mais cotados. Para Portugal, que continua à procura do primeiro título da categoria, o desaire acontecia depois de 10 encontros oficiais sem derrotas, tendo a última acontecido na final do Euro de 2021, na Eslovénia, frente à Alemanha.

Portugal regressou dos balneários com uma atitude mais assertiva, na tentativa de marcar um golo para poder evitar uma entrada em falso na competição, mas as alterações introduzidas por Rui Jorge, com Francisco Conceição e Henrique Araújo (renderam Afonso Sousa e Vitinha), resultaram numa ameaça não concretizada, com uma bola na barra e mais um par de lances de apuro para a defesa da casa.

Aproveitava a Geórgia para aumentar os níveis de experiência da equipa com mais jogadores vindos da selecção principal, aumentando as dificuldades para Portugal. Mas a ironia suprema estava reservada para o lance que deixou Portugal reduzido a 10 unidades nos últimos 15 minutos: em dia negativo, Tomás Araújo recebeu ordem de expulsão por uma carga semelhante àquela de que foi "vítima" no lance do primeiro golo, travando um ataque promissor.

Portugal estava mesmo condenado a uma estreia negativa, ficando obrigado a superar as selecções dos Países Baixos e da Bélgica para garantir um dos dois primeiros lugares do Grupo A e continuar numa prova que definirá ainda as três selecções que marcarão presença nos Jogos Olímpicos de Paris.

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