Iniciativa Liberal desafia Presidente a não esquecer territórios de Pedrógão Grande

Rui Rocha esteve na sede da Associação de Vítimas dos Incêndios de Pedrógão Grande.

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Rui Rocha esteve em Pedrogão Grande LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O líder da Iniciativa Liberal (IL) desafiou, este sábado, o Presidente da República (PR) a não desistir dos territórios afectados pelos incêndios de Pedrógão Grande 2017, no dia em que passam seis anos sobre a tragédia que vitimou 66 pessoas.

Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião na sede da Associação de Vítimas dos Incêndios de Pedrógão Grande (AVIPG), Rui Rocha lamentou que estejam por concretizar muitas das promessas e apelou a Marcelo Rebelo de Sousa para que “não desista daqueles territórios”.

O dirigente sublinhou: O PR “tem o poder de trazer a atenção que está a faltar a estes territórios e a estas pessoas”.

“Aquilo que retiro do que tenho visto nestes dias é que o abandono [dos territórios afectados] está a acontecer e aconteceu vezes demais ao longo deste tempo e logo nos primeiros momentos a seguir à tragédia”, lamentou.

Para Rui Rocha, quem tem o poder político em Portugal e estava no poder quando a tragédia aconteceu “tem uma obrigação adicional de solidariedade” para com o território, as pessoas, “e manifestamente não está a cumprir”.

Salientando a necessidade de ordenamento da floresta, o presidente da IL considerou que os custos de transmissão de propriedades dificultam a aquisição e a sua organização posterior, pelo que propõe a redução dos preços da transmissibilidade dos artigos.

“Seis anos depois da tragédia continua a haver um problema muito sério de comunicações, porque a rede é péssima ou inexistente. Isso reforça a situação de abandono, traz insegurança às pessoas e é um ponto que o Estado tem também de resolver”, vincou.

O presidente da IL apelou ainda para que o fundo Revita – criado para apoiar a reconstrução e reabilitação das áreas afectadas pelos incêndios de 2017 em Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera – não seja nacionalizado, conforme intenção do Governo.

“Apelo ao ministro das Finanças e ao primeiro-ministro para que não nacionalizem o fundo Revita e deixem o dinheiro (1,3 milhões de euros) disponível para ser investido nas necessidades destas populações”, sustentou.

Rui Rocha apelou também aos portugueses para que “não deixem que a nacionalização aconteça e exijam explicações ao Governo e ao ministro Fernando Medina sobre as intenções que têm relativamente ao fundo”.

O líder partidário acusou ainda o Governo de “manifesta insensibilidade” na falta de inauguração do memorial de homenagem às vítimas dos incêndios de 2017, na quinta-feira, junto à Estrada Nacional 236-1, na zona de Pobrais, Pedrógão Grande (Leiria), com o nome das 115 vítimas mortais dos fogos naquele ano.

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