Conselho Executivo do COI recomenda banir federação internacional de boxe

Organismo, que está suspenso desde 2019, já fez saber que vai contestar esta tomada de posição nos tribunais.

Foto
EPA/MARIO CRUZ

O Conselho Executivo do Comité Olímpico Internacional (COI) recomendou nesta quarta-feira que seja "removido o reconhecimento" à Federação Internacional de Boxe (IBA), já suspensa desde 2019, lançando dúvidas sobre a presença da modalidade depois de Paris2024.

O conselho recomendou, em concreto, que o COI vote a 22 de Junho para que seja removido o reconhecimento daquela federação, efectivamente banindo-a quando já está suspensa desde Junho de 2019.

O COI costuma ratificar as decisões do Conselho Executivo, pelo que a federação deverá mesmo vir a perder a capacidade de organizar torneios olímpicos de boxe, bem como o acesso ao financiamento por esta via.

A Federação Internacional de Boxe está desacreditada por repetidos escândalos de arbitragem, corrupção e dívidas, além de um antigo líder ligado ao crime organizado no Uzbequistão, apesar dos esforços de reforma prometidos pelo novo presidente, o russo Umar Kremlev, eleito em 2020.

Um relatório publicado nesta quarta-feira considera que o organismo não cumpre as condições para ser levantada a suspensão, mas também que entrou em conflito directo e "intimidação" com o COI, que tem organizado por si próprio os torneios olímpicos, quer Tóquio2020 quer o próximo, de Paris2024.

A dependência financeira da Gazprom, gigante russo da energia, tornou-se ainda mais problemática no contexto da guerra na Ucrânia, podendo a modalidade ser afastada do programa olímpico a partir de Los Angeles2028, cuja agenda final é ratificada este ano.

Uma nova federação, a "World Boxing", agrega já vários países do Ocidente, dos Estados Unidos à Suíça, e promete angariar mais membros para trazer credibilidade ao desporto.

Entretanto, a IBA já reagiu, considerando esta recomendação uma tomada de posição "aberrante e puramente política". Através de comunicado, o organismo ressalva que se reserva o direito de retaliar: "Aceitámos o processo e as regras, mas no final não fomos tratados de forma justa. Agora, não temos escolha a não ser exigir um tratamento justo nos tribunais competentes", afirmou o presidente, Umar Kremlev.

Sugerir correcção
Comentar