“Tinha, tenho e terei todas as condições” para continuar a ser ministro, diz Galamba

A 48 horas de ir à comissão de inquérito à TAP, o ministro das Infra-Estruturas garante que está focado no seu trabalho enquanto ministro e que o “ruído” não o afecta.

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João Galamba, ministro das Infra-Estruturas LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
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O ministro das Infra-Estruturas, João Galamba, garantiu esta terça-feira estar motivado no seu trabalho enquanto governante. A 48 horas da ida à comissão parlamentar de inquérito à TAP, o ministro deixa uma certeza: "Tinha, tenho e terei todas as condições" para continuar a ser ministro.

Galamba, que falava em Mangualde aos jornalistas, onde inaugurava uma obra de modernização da linha ferroviária da Beira Alta, diz sentir-se "extremamente motivado", acrescentando que o seu trabalho "não é responder sobre a comissão de inquérito". "O meu trabalho é ser ministro das Infra-Estruturas."

Desde que apresentou a demissão, que foi travada pelo primeiro-ministro, João Galamba tem defendido ter "imensas condições" para continuar no Governo. Esta terça-feira, o ministro não só quis dizer aos jornalistas que tem condições políticas para se manter nas funções, como também quis mostrar que o seu foco está no trabalho.

Vestindo um colete reflector e usando um capacete na cabeça, ambos habitualmente usados em ambiente de obras, o ministro tentou passar a imagem de que está seguro no Governo e a fazer obra. O ministro repetiu por várias vezes a ideia de que "é esse o meu trabalho", "é esse o meu mandato", e apelou ao respeito pelas populações e pelos responsáveis políticos locais que são servidos pela linha ferroviária da Beira Alta.

"Não me leve a mal. Eu vou à comissão de inquérito daqui a dois dias e tenciono responder apenas na comissão de inquérito. Estamos hoje aqui a testemunhar e a ver uma grande obra e uma obra da maior importância para o país", disse, acrescentando que é "por respeito" àquela infra-estrutura, ao presidente da Câmara de Mangualde, ao presidente da Junta de Freguesia de Abrunhosa, e aos trabalhadores daquela obra, que o seu "foco" é apenas na obra e não na comissão de inquérito.

O ministro das Infra-Estruturas vai à comissão de inquérito à TAP depois dos episódios que aconteceram no seu ministério e que alegadamente envolveram agressões físicas a membros da sua equipa, assim como a apreensão do computador de serviço do agora ex-adjunto pelo Serviço de Informações de Segurança (SIS). O caso aconteceu a propósito de um diferendo entre João Galamba e o adjunto exonerado Frederico Pinheiro, que irá à comissão de inquérito esta quarta-feira às 14h. Segue-se a chefe de gabinete de Galamba, Eugénia Correia, às 17h, e na quinta-feira, o próprio ministro, às 17h.

O ministro assegurou que os acontecimentos mais recentes não constituem uma distracção ao seu trabalho enquanto ministro. "Não têm de se preocupar com a minha falta de foco", afirmou aos jornalistas. Elencando de seguida as "imensas" áreas do Ministério das Infra-Estruturas. "É a ferrovia, a rodovia, o digital, a aviação e os portos."

"As minhas condições são o trabalho que faço e os resultados que entrego", defendeu. "Continuarei a entregar com grande ritmo de execução", prometeu, garantindo não se deixar afectar "pelo ruído".

Notícia actualizada com mais declarações do governante

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