Baião vai celebrar os anos 80 com música, flippers e vinho verde

Chama-se Revolução Grisalha e é um festival dedicado a quem viveu os anos 80 e os 90 na sua adolescência ou início da idade adulta. A primeira edição do evento anual é em Santa Marinha do Zêzere.

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A primeira edição do evento será realizada na vila de Santa Marinha do Zêzere Anna Costa/Arquivo
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Já há algum tempo que o grisalho parece estar na moda e pouco interessa que idade é que se tem. As brancas já não são sinónimo de velhice e a velhice também já é termo que parece não estar directamente relacionado com os anos que passam, mas sim com um certo estado de espírito que se pode entranhar em qualquer altura da vida. Ainda assim, certos rótulos servem para definir públicos-alvo – facilitam a comunicação. Seguindo essa premissa, a Câmara de Baião vai passar a reservar três datas por ano para quem tem larga experiência em ser jovem e já o é há mais anos do que outros jovens em fase de iniciação. Por isso, de 30 de Junho a 2 de Julho, organiza a primeira edição do festival Revolução Grisalha, feito para quem começou a coleccionar memórias da adolescência ou do início da idade adulta durante os anos 1980 e 1990 e quer agora recordá-las. A primeira edição será no Centro Cívico de Santa Marinha do Zêzere.

O evento foi apresentado na Casa de Baião, no Porto, nesta terça-feira de manhã, por Paulo Pereira, presidente da câmara do concelho onde se vai realizar. O cartaz de concertos está fechado e o plano de actividades também. Quem for pela música poderá recordar os Dire Straits através dos Alchemy, banda tributo ao grupo de Mark Knopfler, ou conhecer os NAU. No dia seguinte toca José Cid e a Banda Santa Marinha do Zêzere. No último, os Remember vão viajar por alguns hinos musicais da década de 80 e 90. Em todas as noites estarão a passar discos os Metropolis Night DJs, que usam o nome de uma discoteca do concelho que funcionou nas décadas em foco no evento.

Para lá da música será possível voltar a ter a experiência aproximada de entrar num salão de jogos arcade, ou, como alguns também chamavam, numa “casa de máquinas”. Já quase não existem ou são poucas as que sobram. Em Santa Marinha do Zêzere haverá cerca de “duas dezenas de máquinas de flippers”, numa zona de jogos que será montada no recinto. Haverá ainda um espaço para provar a gastronomia local, vinho verde, karaoke, desfile de carros clássicos, torneios populares e uma área para crianças.

Este ano o festival será em Santa Marinha do Zêzere, mas o evento, que será anual, passará pelas outras duas vilas do concelho: Baião e Ancede. O autarca socialista não quis arriscar no número de pessoas que espera receber: “Serão uns milhares”. As expectativas do executivo serão mantidas em segredo, tendo em conta que este é só o primeiro ano.

Para organizar esta primeira Revolução Grisalha serão investidos “cerca de 70 mil euros”. É mais uma aposta na intenção de aumentar o número de turistas, que já se deslocam ao concelho para outros eventos como, por exemplo, as Festas Concelhias e de S. Bartolomeu, a Feira Agro Douro Verde ou a Feira do Vinho Verde e das Tasquinhas. Entre 2015 e 2022, de acordo com Paulo Pereira, o turismo “cresceu 110%”. E, no último ano, Baião registou “78 mil dormidas”.

Ao mesmo tempo, o evento também contribui para o aumento da oferta cultural do concelho que no mês passado reabriu as portas do Mosteiro de Ancede, agora Centro Cultural, projectado pelo arquitecto Álvaro Siza: “Tivemos no final do ano passado a exposição Grandes Mestres, em que trouxemos originais de Picasso, Andy Warhol, Salvador Dali ou Paula Rego. Nesta altura, está a decorrer uma exposição de Cargaleiro, com 65 peças. Este festival complementa a oferta cultural, trazendo este tipo de iniciativas para territórios que não têm esta mesma oferta."

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