Curtas Vila do Conde destaca obra da norte-americana Deborah Stratman

O corpo de trabalho de Stratman “escapa a rótulos fáceis”, do cinema à fotografia, escultura e desenho. Passou por festivais como Sundance e por museus como o Centro Pompidou e o Museum of Modern Art.

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O 31.º Curtas Vila do Conde acontece entre 8 e 16 de Julho Paulo Pimenta

A artista norte-americana Deborah Stratman será uma das autoras em foco na 31.ª edição do Curtas de Vila do Conde, anunciou esta quinta-feira aquele festival internacional de cinema, que lhe dedica um programa com filmes e uma exposição. Além de uma retrospectiva com várias curtas-metragens criadas pela norte-americana, a artista mostra uma série de obras na Solar - Galeria de Arte Cinemática, um conjunto apresentado pela primeira vez em Portugal.

Em comunicado, a organização destaca um corpo de trabalho que "escapa a rótulos fáceis", do cinema à fotografia, escultura e desenho, tendo passado por festivais como Sundance e Roterdão e igualmente por museus como o Centro Pompidou, em Paris, e o Museum of Modern Art, em Nova Iorque.

Nascida em 1967, Stratman vive em Chicago, onde é professora na Universidade do Illinois, e apresentou já nove curtas em Vila do Conde desde 2002, tendo em 2003 vencido a competição internacional com In Order Not To Be Here.

"O seu trabalho aponta os relacionamentos entre os ambientes físicos e as lutas de poder e de controlo que os humanos operam no território. Mais recentemente, Stratman tem-se focado também em narrativas históricas sobre a fé, a liberdade, o expansionismo e o paranormal", pode ler-se na nota divulgada esta quinta-feira.

Dentro do programa In Focus, ainda em construção, serão exibidos, ao todo, 12 filmes, entre o documentário e o experimental, divididos em três programas, o primeiro juntando Optimism (2018) a From Hetty To Nancy (1997).

O segundo junta vários trabalhos curtos, entre os três e os 14 minutos, enquanto o terceiro combina It Will Die Out In The Mind, de 2006, com The Illinois Parables, obra de uma hora estreada em 2016 com 11 histórias da região norte-americana do Midwest que exploram religião, tecnologia, comunidade e violência.

Este último foi apresentado em Sundance e estreou-se na Europa no Festival de Berlim, também em 2016, e desde então foi premiado em Los Angeles, Barcelona e Milão.

A "carta branca" dada à realizadora, que escolheu filmes que a marcaram e influenciaram, apresentará Wanda, filme de 1970 de Barbara Loden, um marco do cinema independente nos Estados Unidos, mas também Dubbing (2006), de Antje Ehmann e Harun Farocki, e Noon (1969), de Helena Solberg. Stratman orienta ainda uma aula, intitulada Radical Listening.

Em Março, a organização do 31.º Curtas tinha já anunciado dois cine-concertos, o primeiro unindo o filme Le Révélateur (1968), de Philippe Garrel, à actuação dos alemães Bohren and the Club of Gore, além de O circo das almas (1962), do norte-americano Herk Harvey, com música da artista belga Miaux.

A 31.ª edição do Curtas Vila do Conde vai acontecer de 8 a 16 de Julho.

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