Benfica perde em Chaves e soam os alarmes na Luz

Os “encarnados” somam mais um jogo sem vencer e terminam a jornada com a vantagem na I Liga reduzida a quatro pontos.

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O Benfica não marcou em Chaves Reuters/MIGUEL VIDAL

Há quem fale em crise, há quem recuse essa palavra. Haja ou não, uma coisa é certa. A cada jornada que passa a vantagem do Benfica no topo da classificação em relação ao seu mais directo perseguidor, FC Porto, vai diminuindo. E aquilo que já foi uma diferença de dez pontos reduziu-se a quatro a seis jornadas para o fim do campeonato, depois da derrota das "águias" por 1-0, neste sábado, em Chaves, e após o triunfo do FC Porto sobre o Santa Clara, no Dragão.

No terreno de um tranquilo Desportivo de Chaves, o actual líder do campeonato voltou a fazer um jogo pouco convincente e não marcou. Pior, sofreu um golo no período de compensação quando já não teve hipótese de reacção. Foi o terceiro jogo consecutivo das "águias" sem vencer esta época. Uma série negativa que surge no pior momento possível da temporada para os benfiquistas.

Roger Schmidt fez apenas duas alterações em relação ao último “onze” e nenhuma delas foi inesperada. Com Florentino castigado o treinador alemão colocou Aursners naquela posição central do meio campo, abrindo-se uma vaga para a entrada de Neres. A outra alteração nos “encarnados” foi a entrada de Otamendi, já disponível, ficando de fora Morato.

Apesar das mudanças o Benfica voltou a apresentar-se lento, sem capacidade para desequilibrar o adversário, com um jogo previsível. Apesar de ter Neres de início, o futebol benfiquista teve sempre a tendência para “afunilar” e sem um Rafa inspirado que pudesse dar seguimento a tabelas curtas ou a oferecer linhas de passe pelo meio, Gonçalo Ramos era um alvo fácil para a marcação sempre muito eficaz do Desp. Chaves, que optou por defender junto da sua linha de área mas sempre de forma muito compacta.

A bater sucessivamente contra um muro, a consequência deste futebol foi uma primeira parte com escassas ocasiões de golo para os “encarnados”. Um remate de Rafa (18’) numa das raras ocasiões em que o internacional português surgiu a oferecer uma linha de passe, outro de António Silva, na sequência de um lance em que o Benfica conseguiu levar a bola até à linha de fundo e cruzar para a área (30’), e um forcing final, já perto do intervalo, que deixou a defesa do Desp. Chaves em aperto, foi o melhor que o Benfica conseguiu na primeira parte. Já do outro lado, Vlachodimos foi um espectador, com os flavienses a mostrarem-se incapazes de criar perigo.

O segundo tempo começa com a melhor ocasião de golo do jogo até esse momento, com Neres a desmarcar Grimaldo que cruzou para o coração da área onde João Mário rematou frouxo, vendo Bruno Langa cortar sobre a linha de golo e Paulo Vítor parar a recarga.

Mas o Desp. Chaves respondeu de imediato, num lance individual de Juninho, que arrancou do meio-campo flaviense, isolou-se, mas frente a Vlachodimos permitiu a defesa do guarda-redes grego.

O jogo agitava-se. O Benfica passou a jogar mais rápido, mas o Desp. Chaves juntou ainda mais as suas linhas, fazendo com que o espaço fosse algo ainda mais difícil de encontrar. E como o futebol do Benfica continuava a ser quase sempre pelo meio, apesar da pressão as ocasiões de golo não surgiam, com as jogadas a serem interceptadas vezes sem conta antes de chegarem a Paulo Vítor.

Até ao final, apesar do esforço das "águias" nada de perigoso assustou o dono da baliza flaviense, com excepção de um lance de bola parada, já em período de compensação, quando, na sequência de um canto, Otamendi obrigou o guarda-redes flaviense a uma defesa de recurso. Jogada que os benfiquistas protestaram, pedindo penálti sobre o argentino, que ficou por assinalar.

Mas o pior para o Benfica estava para vir. Na resposta a este lance, Abass, aproveitou uma escorregadela de Otamendi para ficar na cara de Vlachodimos que, desta vez, não foi capaz de salvar os benfiquistas. Golo do Desp. Chaves e desalento total para os "encarnados" que têm cada vez mais a liderança em risco.

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