Portugal entre os países que mais pedem dados de cidadãos a gigantes tecnológicas

Os pedidos estão a aumentar globalmente segundo o ranking anual da Surfshark, que analisa dados da Google, Microsoft, Meta e Apple. Os EUA são o país que mais pede dados às tecnológicas.

Foto
Os dados da Meta são os que mais geram interesse junto das autoridades RAMI AL ZAYAT/UNSPLASH

Portugal é dos países que mais frequentemente pede informação sobre internautas a gigantes tecnológicas, ocupando a sétima posição no ranking anual de pedidos governamentais (em termos proporcionais) compilado pela Surfshark, uma empresa na área da privacidade que vende redes virtuais privadas (VPN).

A listagem mais recente, que considera 177 países, baseia-se na análise dos relatórios de transparência da Apple, Google, Microsoft e Meta (dona do Facebook) entre 2013 e 2021. Os dados são sobretudo pedidos no âmbito de investigações criminais.

Ao todo, Portugal pediu dados de 36.958 contas online desde 2013 (destes, cerca de 56% dos pedidos tiveram resposta positiva). São cerca de 359 pedidos por cada 100 mil habitantes. O pódio, porém, é ocupado pelos EUA, que pediram acesso aos dados de mais de 2.4 milhões de contas (728 pedidos por cada 100 mil habitantes). O valor representa 37% dos pedidos feitos em todo o mundo. A Alemanha e Singapura completam o pódio.

Regra geral, os pedidos estão a aumentar e os dados da Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) são os que mais geram interesse junto das autoridades governamentais.

“Os governos solicitam mais dados de utilizadores do que nunca”, alerta a equipa da Surfshark na actualização de Março das suas estatísticas. “O número de contas solicitadas aumentou mais de cinco vezes entre 2013 e 2021, com 2021 a registar um aumento anual de cerca de 25%.”

A Apple é quem mais responde aos pedidos do governo (81,6%), seguida da Meta (71,7%), Google (71%) e Microsoft (68,2%). A Surfshark excluiu a Amazon (que completa o sector das “grandes cinco” tecnológicas) da lista devido a “inconsistência na comunicação de práticas de divulgação de dados dos utilizadores”.

Sugerir correcção
Comentar