Desfile da CGTP: “É preciso um país que respeite quem trabalha”

CGTP espera que milhares de trabalhadores se juntem esta tarde em Lisboa para defender aumentos salariais e de pensões e protestar contra o aumento do custo de vida.

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Isabel Camarinha encabeça a manifestação Nuno Ferreira Santos
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Nuno Ferreira Santos
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Desfile vai descer até aos Restauradores Nuno Ferreira Santos
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Catarina Martins juntou-se ao desfile Nuno Ferreira Santos
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Catarina Martins disse umas palavras no Marquês de Pombal Nuno Ferreira Santos
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O desfile já começou Nuno Ferreira Santos
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Um manifestante faz um remake de outro conhecido manifestante já falecido Nuno Ferreira Santos
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Trabalhadores do sector público descem das Amoreiras Nuno Ferreira Santos

A Praça Marquês de Pombal, em Lisboa, encheu-se de trabalhadores do sector público e privado, vindos de todo o país para fazer ouvir a sua voz na manifestação que a CGTP organiza neste sábado à tarde. Os manifestantes chegaram em três comboios e vários autocarros (e não só) e, munidos de faixas, cartazes e bandeiras, preparam-se para descer a Avenida da Liberdade e concentrar-se na Praça dos Restauradores, onde a líder da central sindical, Isabel Camarinha, fará um discurso.

Ainda antes de o desfile se iniciar, Isabel Camarinha prestou breves declarações aos jornalistas para explicar as razões do protesto, que é contra o aumento do custo de vida e a degradação das condições dos trabalhadores, e explicou que "o aumento geral dos salários e das pensões é a garantia para o desenvolvimento económico".

A ainda líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, também se juntou à manifestação da CGTP e defendeu que os anúncios de aumento de salários do Governo foram uma “mentira”. Para a coordenadora do BE, o executivo “falhou todas as promessas”, visto que “a economia está cada vez mais desequilibrada”. Os salários continuam “congelados” e “abaixo da inflação”, as rendas e os créditos à habitação estão a aumentar, “sobre os preços não foi feito nada”, e, simultaneamente, os grandes grupos económicos acumulam milhões de euros em lucros e as suas administrações em indemnizações.

“É preciso um país que respeite quem trabalha”, defendeu, pedindo que se valorizem os salários e as pensões e se controlem as margens de lucro “para travar a inflação”.

A meio da Avenida da República, junto ao Centro de Trabalho Vitória, o secretário-geral do PCP esperou a sua vez para se juntar ao desfile. “É preciso resolver isto, não pode continuar assim”, defendeu Paulo Raimundo ao integrar a manifestação, recebida com palmas., notando que há “uma grande mobilização” e “determinação” no protesto convocado pela CGTP com “empenho” para “resolver” os problemas. “E há aqui forças capazes de resolver”, disse. Raimundo considerou as reivindicações dos manifestantes “mais do que justas” devido ao “aumento do custo de vida, aos baixos salários” ou às “dificuldades em torno da habitação”. "Enquanto se esmagam os salários, os grupos económicos têm 11 milhões de euros de lucros por dia", acrescentou. Sobre os apoios dados pelo Governo, considerou que portugueses “não precisam de apoios, precisam de salários”.

Uma presença estranha

Uma presença muito notada e estranhada no início da manifestação da central sindical foi a do Chega. Em declarações aos jornalistas, o deputado Bruno Nunes afirmou que o partido “não está com a CGTP”, mas que se juntou ao protesto para “estar ao lado do povo”.

No início do desfile, no Marquês do Pombal, o deputado criticou o Governo por não ter medidas para responder ao aumento do custo de vida, defendendo que se regulem os impostos sobre os bens alimentares. Mais do que um “aumento salarial”, é preciso um “controlo efectivo do mercado”, defendeu.

Questionado sobre se a presença do Chega pode ser vista como oportunista, Bruno Nunes respondeu que “não é oportunismo, é estar ao lado da população”.

No fim da declaração, a comitiva do partido foi recebida com insultos e não se juntou à manifestação.

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