Uma cultura que não consegue ver

Para a nossa cultura centrada no livro, certas artes visuais devem permanecer a uma distância segura.

Não sei precisar a data, mas consigo ter, à minha frente, uma imagem da crónica. Naquele dia, nas páginas interiores deste diário, Eduardo Prado Coelho dedicava o seu texto à telenovela brasileira Laços de Família, da TV Globo. A esta distância, não me recordo do que o terá levado a repousar num produto da indústria cultural, categoria a que, poucos anos antes, ainda recorria para pensar as ideias de cultura e arte. Talvez o terrível drama vivido pela personagem Camila Lacerda Ferrari (interpretada por Carolina Dieckmann), um episódio particular ou apenas uma cena que, distraidamente, lhe terá chamado a atenção. Mas o facto, bastante banal, deixou-me admirado e, devo dizer, confortado.

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