Marcelo defende “reforço do financiamento” para “manutenção” do equipamento militar

“Sem manutenção, há riscos de obsolescência e, portanto, degradação das capacidades militares”, considerou o Presidente da República.

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Navio NRP Mondego DR

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, defendeu esta terça-feira que a “manutenção” do equipamento militar é uma das “prioridades no presente e no futuro”, devendo-se “reforçar” o seu financiamento”.

Questionado acerca da polémica sobre os 13 marujos que não cumpriram com uma missão de acompanhamento de um navio russo na Madeira por considerarem que o seu equipamento não garantia condições de segurança, Marcelo Rebelo de Sousa notou a “importância da manutenção [de equipamento militar] a todos os níveis” e considerou que esta deve ser “uma das prioridades no presente e no futuro”, defendendo um “reforço” em termos de “financiamento”.

Marcelo observou também que “sem manutenção há riscos de obsolescência e, portanto, degradação das capacidades militares”, e afirmou que o “Orçamento [do Estado] para 2023” já agiu nesse sentido — ou seja, “reforçou muitíssimo a manutenção”, não só na Armada, mas em “todos os ramos”.

No ano passado, no seu discurso no 25 de Abril e quando passavam dois meses da invasão da Ucrânia pela Rússia, o Presidente defendeu a necessidade de reforçar o orçamento das Forças Armadas.

Questionado sobre o estado do navio Mondego, o chefe de Estado não se pronunciou e remeteu a resposta para uma “fiscalização” que está a ser feita por uma “equipa que seguiu para a Madeira”. Apurar-se-á, também, o “porquê da atitude dos militares que apresentaram um conjunto de razões para fundamentar a sua posição”, não se alongando mais sobre o assunto.

A Armada ordenou, logo depois do incidente, uma inspecção às condições de segurança do navio Mondego.

Marcelo Rebelo de Sousa, que é o comandante supremo das Forças Armadas, falava esta tarde em Peniche, à margem de uma etapa do campeonato mundial de surf que lá decorre.

No passado sábado, 11 de Março, uma guarnição composta por nove praças e quatro sargentos recusou-se a largar no sentido de acompanhar um navio russo que atravessava águas portuguesas.

De acordo com um documento subscrito por estes 13 militares, o NRP Mondego recebeu ordens para "fazer o acompanhamento de um navio russo a norte do Porto Santo" numa altura em que a meteorologia apontava “para ondulação de 2,5 a 3 metros".

Rejeitaram fazê-lo, alegando “limitações técnicas”, como o facto de um motor e um gerador de energia eléctrica estarem inoperacionais.

A Armada considerou que estes marujos "não cumpriram os seus deveres militares, usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos respectivos".

O PSD endereçará questões à ministra da Defesa, ao passo que Chega e IL requereram uma audição parlamentar à mesma, bem como a Gouveia e Melo, chefe do Estado Maior da Armada​.

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