PCP quer desmontar mitos da direita sobre o crescimento de Portugal dentro da UE

Comunistas vão fazer uma sessão pública com a presença de investigadores como Ana Drago, socióloga e ex-deputada do Bloco de Esquerda, ou Ricardo Paes Mamede, economista e professor no Iscte.

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A sessão intitula-se "Do pelotão da frente à cauda da Europa: mitos e realidades – soluções para um Portugal com futuro" EPA/STEPHANIE LECOCQ

O PCP organiza esta terça-feira uma sessão pública sobre os “mitos e realidades” relativamente ao crescimento de Portugal e à sua integração na União Europeia (UE), em particular no que toca à ideia veiculada pela direita de que o país passou da vontade de integrar o “pelotão da frente” para estar agora na “cauda da Europa”, e às soluções que aponta para resolver esse problema.

O evento, que ocorre esta terça-feira, às 14h30, no Hotel Roma, em Lisboa, vai contar com o contributo de vários membros do PCP, como o secretário-geral do partido, Paulo Raimundo, o deputado Manuel Loff, a eurodeputada Sandra Pereira ou o vereador de Lisboa João Ferreira. Mas também com académicos que fizeram investigação nesta área: Ana Drago, socióloga e ex-deputada do Bloco de Esquerda, Ricardo Paes Mamede, economista e professor no Iscte, ou João Carlos Graça, economista e professor no ISEG.

Ao PÚBLICO, Vasco Cardoso, membro da comissão política do comité central do PCP, explica que não se pretende fazer uma “avaliação crítica” sobre este processo, mas uma “avaliação mais holística da evolução do país nos últimos 30 anos” e um “aprofundamento sobre as reformas estruturais” necessárias face à falta de crescimento de Portugal.

Uma avaliação em “confronto com a direita” e numa perspectiva “comparativa entre Portugal e outros países da Europa” que, como refere o partido na descrição oficial da sessão, partilham “constrangimentos” que são “inerentes” ao “espaço de integração capitalista europeia”, tais como a “moeda única”.

Desde logo, os comunistas querem contrapor a “ideia de que Portugal precisava de alcançar o pelotão da frente” através da aceleração da adesão do país à União Europeia que, para o PCP, não teve em conta questões como a “preservação da soberania” e custos aliados como a entrada no “mercado único” ou as “privatizações”.

Hoje, “muitos dos que colocavam esse desígnio”, sobretudo à direita, têm propagado a ideia de que “Portugal foi ultrapassado por outros países da Europa”, em particular, países do Leste como a Roménia, ao nível do PIB per capita (deve superar Portugal em 2024), numa tentativa de defender medidas que passam por “flexibilizar as leis laborais” e a “tributação das grandes empresas” ou “libertar a actividade económica do controlo do Estado”, sustenta Vasco Cardoso.

Para o PCP, contudo, é preciso uma “ruptura com essa linha” e “não prescindir de apontar diferentes caminhos”. A “defesa do interesse nacional”, o “controlo público dos sectores estratégicos da economia” ou aplicar “leis laborais condizentes com um país moderno” são algumas das soluções alternativas que serão apresentadas na sessão.

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