Líder da federação ucraniana de futebol suspenso por dois meses pela justiça

Andrii Pavelko é suspeito de apropriação indevida de verbas. Suspensão poderá pôr em causa candidatura conjunta à organização do Mundial de 2030.

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Andrii Pavelko, à direita, na apresentação da candidatura conjunta ao Mundial 2030 EPA/MARTIAL TREZZINI

O presidente da Federação de Futebol da Ucrânia foi suspenso do cargo, nesta segunda-feira, pela justiça do seu país durante dois meses, acusado de corrupção, situação que enfraquece a candidatura conjunta à organização do Mundial2030 com Portugal e Espanha.

Detido no final de Novembro com a acusação de apropriação indevida de verbas destinadas à construção de uma fábrica de relvados artificiais para campos de futebol, Andrii Pavelko já tinha sido suspenso em Fevereiro, por um mês.

O dirigente não chegou a cumprir a punição, alegando que os estatutos da UEFA e da FIFA não permitem o julgamento de casos de futebol na justiça civil: a federação já anunciou que vai voltar a recorrer.

FIFA e UEFA contemplam a exclusão de candidaturas à organização de eventos dos países que não respeitem a imunidade das suas federações perante a justiça das suas nações.

A Ucrânia foi desafiada por Portugal e Espanha a juntar-se à candidatura ibérica como um acto de solidariedade e ajuda na reconstrução do país, contudo, o prolongar da guerra com a Rússia também não ajuda as pretensões conjuntas.

Em Junho, a FIFA vai divulgar as candidaturas válidas para albergar o Campeonato do Mundo de 2030, com o vencedor a ser conhecido no congresso do organismo de 2024.

Os problemas com a justiça ucraniana e o prolongar da guerra são dois factores que vários meios de informação internacionais têm usado para sugerir que os países ibéricos pensam na possibilidade de substituir a Ucrânia por Marrocos, que nunca recebeu o evento, tendo perdido as candidaturas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2026, ganha pelo consórcio que junta Estados Unidos, México e Canadá.

Além de ser um país próximo geograficamente, a inclusão de Marrocos permitiria que a competição decorresse, pela primeira vez, em dois continentes distintos, respondendo assim também ao projecto que envolve a europeia Grécia, a asiática Arábia Saudita e o africano Egipto.

Membro do comité executivo da UEFA, Pavelko, que pretende ser reeleito para o cargo no congresso de Bruxelas, a 5 de Abril, diz ser vítima de uma conspiração e garante que não se vai demitir, socorrendo-se dos estatutos da FIFA e UEFA sobre a não ingerência da justiça civil.

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