Sentença histórica. Caçador espanhol condenado a pena de prisão por matar lince ibérico

Manuel R.L. declarou-se culpado e foi condenado a dois anos de cadeia e ao pagamento de uma multa de 114 mil euros, além de ter ficado proibido de caçar durante quatro anos.

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Caçador espanhol foi condenado a sentença histórica por matar lince ibérico Daniel Rocha

Um caçador espanhol foi condenado a uma sentença histórica de dois anos e um dia de pena de prisão por ter matado a tiro um lince ibérico intencionalmente, enquanto caçava perdizes numa propriedade em Badajoz.

Manuel R.L. sabia que a espécie ameaçada se encontrava naquela zona, depois de ter sido informado pelas autoridades da sua reintrodução naquele habitat natural, no âmbito do programa europeu de protecção do lince ibérico, destaca a revista Visão. Ainda assim, o indivíduo disparou “com a intenção de causar a morte” quando o animal se aproximou da armadilha que ele usava para caçar perdizes, segundo a sentença.

O lince, que se chamava Querubín, foi alvejado a "uma distância não superior a 15 metros", tendo os disparos ocorrido numa área “sem vegetação e com amplo campo de visão”, de acordo com os factos relatados pelo diário El País. A autópsia revelou que o animal foi baleado com cerca de 80 projécteis principalmente no crânio, tórax e membros anteriores, tendo sido também atingido na região caudal e membros posteriores.

Manuel R.L. pediu depois a um funcionário que escondesse o cadáver do animal numa propriedade vizinha, mas os restos mortais acabaram por ser descobertos pela unidade de protecção da natureza da Guarda Civil.

O caso remonta a Fevereiro de 2019, estando em causa um crime contra a fauna, agravado por ter sido cometido contra uma espécie em risco de extinção.

Manuel R.L. declarou-se culpado e foi condenado a dois anos de cadeia e ao pagamento de uma multa de 114 mil euros, além de ter ficado proibido de caçar durante quatro anos.

O funcionário que tentou esconder o cadáver do animal também foi condenado a uma pena de um ano e seis meses de prisão, sendo ambas as penas passíveis de recurso.

A investigação continua para descobrir o paradeiro de Quitapon, irmão de Querubín, que está actualmente desaparecido.

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