Cuidado com o Pet. Dos cães às chinchilas, que histórias esconde um hospital universitário?

Cuidado com o Pet é o podcast do P3 sobre animais de estimação. Conversámos com uma veterinária de um hospital universitário do Porto que nos contou as histórias dos animais que por lá passaram.

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Cuidado com o Pet. Dos cães às chinchilas, que histórias esconde o UPVet? EGIDIO SANTOS

No Porto, há um hospital veterinário que, além de realizar consultas e cirurgias a animais de companhia, também se dedica à investigação nas áreas da diabetes, epilepsia e oncologia.

Cães, gatos, iguanas ou chinchilas são alguns dos animais que passam diariamente pelos consultórios do Hospital Veterinário da Universidade do Porto (UPVet), que conta com dez anos de existência. Os veterinários já perderam a conta ao número de pacientes que atenderam, mas há uns que lhes ficam na memória. É o caso dos que chegam com os donos para mais uma consulta de rotina e, nervosos, destroem alguns dos equipamentos. Ou dos que chegam mal tratados e a precisar de cuidados médicos urgentes.

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Neste episódio do podcast Cuidado com o Pet, estivemos à conversa com a veterinária Clara Landolt para sabermos algumas destas histórias.

“Temos vários animais que nos marcam, não só por serem espécies menos frequentes, mas também pela parte mais humana das histórias. Os casos mais difíceis, aqueles que estavam mais longe de acabar bem, são o que nos fazem vir trabalhar todos os dias e fazer a diferença na vida de algumas pessoas e dos animais que as acompanham”, começa por dizer.

Ainda assim, salienta, o momento mais marcante nos 25 anos de profissão desta médica aconteceu no Verão de 2020 quando o hospital recebeu dez cães vítimas de um incêndio num canil ilegal em Santo Tirso. “Chegaram num estado terrível, além da forma como estavam a ser acomodados no canil”, recorda Clara Landolt.

A equipa mobilizou-se rapidamente e, durante as semanas seguintes, adaptou a unidade de cuidados intensivos e dedicou-se quase em exclusivo a tratar estes animais que foram depois distribuídos por famílias de acolhimento temporário.

“Muitos precisavam de oxigenação e tinham queimaduras bastante graves de segundo e terceiro grau. Outros estavam pouco socializados e muitos estavam em pânico, não só pelo incêndio, mas também porque não estavam habituados a ser manuseados por pessoas estranhas”, afirma, para acrescentar que a maioria teve de ser sedada para conseguir suportar a dor.

Durante as consultas de rotina, também há animais que ficam na memória dos veterinários, especialmente quando o paciente é um são bernardo de 40 quilos que, com medo de tomar vacinas, chegou no colo do dono.

“É preciso estabelecer uma brincadeira com eles, mas portam-se muito melhor a tomar vacinas do que a maioria dos humanos”, aponta.

A veterinária recorda ainda que os métodos de tratamento mudaram e que podem, mais do que nunca, fazer a diferença num diagnóstico. “Conseguimos fazer muito mais do que conseguíamos há 25 anos. É maravilhoso estar sempre a fazer coisas novas”, conclui.


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