Governo britânico discutiu o abate em massa de gatos domésticos no início da pandemia

A revelação foi feita pelo ex-ministro da Saúde britânico, explicando que na altura ainda não se sabia se os animais podiam transmitir o vírus aos donos.

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Governo britânico ponderou pedir às pessoas para abaterem os gatos no início da pandemia Erik-Jan Leusink/Unsplash

O Governo britânico chegou a discutir, no início da pandemia, se teria de pedir às pessoas que tinham gatos de estimação para os abaterem, revelou na quarta-feira o ex-ministro da Saúde, James Bethell.

Em declarações ao canal britânico Channel 4 News, Bethell recordou que a discussão aconteceu numa altura em que havia muito pouca informação sobre o vírus e se os animais poderiam ou não ser um foco de transmissão.

“Na verdade, chegou a existir a ideia, num determinado momento, de que poderíamos ter de pedir às pessoas para abaterem todos os gatos do Reino Unido. Conseguem imaginar o que teria acontecido se quiséssemos fazer isso?”, declarou, citado pelo jornal Guardian.

Em Julho de 2020, o Reino Unido anunciou o primeiro caso de covid-19 em felinos e as autoridades aconselharam os donos a não beijarem os animais de companhia. Na mesma linha, em Fevereiro do ano passado a investigação de uma equipa portuguesa concluiu que os cães e os gatos podem ficar infectados e serem transmissores do vírus, nomeadamente através do contacto humano. Além disto, os felinos são mais susceptíveis de serem infectados com o coronavírus e desenvolverem sintomas de covid-19.

Apesar de o Reino Unido não ter avançado com a ideia de abater animais, países como Espanha e Países Baixos exterminaram mais de 92 mil martas em 2020, nos primeiros meses da pandemia. E em Janeiro de 2022, as autoridades de Hong Kong anunciavam que iriam fazer o mesmo com quase dois mil hamsters que estavam infectados.

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