A inquietante Viagem de Inverno de Peter Mattei e David Fray

Não obstante as suas personalidades musicais distintas, a versatilidade e a inteligência dos dois intérpretes resultou numa perturbante visita a Schubert.

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O barítono sueco Peter Mattei voltou a impressionar na Gulbenkian DARIO ACOSTA

Tal como a maioria das obras do cânone da música ocidental, a Winterreise (Viagem de Inverno) de Schubert conta com uma história interpretativa de peso, em concerto e em disco. De Hans Hotter e Dietrich Fischer-Dieskau a Matthias Goerne e Jonas Kaufmann, passando por Peter Schreier e muitos outros, incluindo a apropriação por vozes femininas como Brigitte Fassbaender, existem versões para todos os gostos e sensibilidades. Parece pois difícil que novas interpretações do notável ciclo de 24 Lieder sobre poemas de Willhelm Müller que Schubert compôs em 1827, um ano antes da sua morte, possam ainda surpreender. No entanto, assim aconteceu com a versão que Peter Mattei e David Fray levaram na segunda-feira à Fundação Calouste Gulbenkian, ainda que as expectativas fossem bem altas, face à superior qualidade artística do barítono sueco, e a sua colaboração com David Fray, pianista que começou por se distinguir na música de J. S. Bach, pudesse despertar curiosidade.

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