Acreditar defende baixa paga a 100% para acompanhar filhos com cancro

A doença oncológica é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes. Associação alerta para dificuldades financeiras das famílias.

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Por ano são diagnosticados cerca de 400 novos casos de cancro pediátrico Rui Gaudêncio

A associação Acreditar alerta para as dificuldades financeiras sentidas pelos pais das crianças com cancro e defende que o valor da baixa para acompanhamento dos filhos deve aumentar para 100%. Em comunicado, na véspera do Dia Internacional da Criança com Cancro, a instituição lembra a importância de os pais acompanharem as crianças "sobretudo em fases críticas do percurso".

“Seria muito importante que os cuidadores pudessem usufruir da licença para acompanhamento de filho com doença oncológica paga a 100% (tal como no caso dos doentes com cancro) e que, sobretudo em fases mais críticas do percurso, ambos os pais pudessem usufruir dessa licença”, defende a Acreditar.

A directora-geral da Acreditar, Margarida Cruz, identifica a inflação como sendo responsável pelo "número crescente de pedidos de ajuda e o aumento dos valores médios dos apoios económicos e alimentares".

A dirigente apela à revisão dos valores a pagar pela Segurança Social, assim como à reestruturação da Estratégia Nacional de Luta Contra o Cancro, por considerar que "o documento deveria espelhar as necessidades da oncologia pediátrica" e incluir a voz dos profissionais de saúde, pais e sobreviventes. O parecer resulta da "comparação exaustiva" entre o plano português e a importância atribuída no contexto europeu, esclarece Margarida Cruz.

Para a Acreditar - Associação de Pais e Amigos das Crianças com Cancro - é fundamental assegurar a igualdade de direitos dos doentes pediátricos, como o acesso à escola ou o acompanhamento psicológico.

Há cerca de 400 novos diagnósticos por ano em Portugal, diz a associação, sendo a taxa de sobrevivência de 80%. Dois terços dos sobreviventes ficam com sequelas e um terço destes com sequelas graves. O cancro pediátrico é a primeira causa de morte por doença em crianças e adolescentes.

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