Kiko & the Blues Refugees afrontam o “senhor da guerra” do momento ao som do blues

Passados dois anos sobre o lançamento de Threadbare, primeiro álbum dos Kiko & the Blues Refugees, a banda criada por Kiko Pereira (cantor, compositor e professor com uma carreira ligada em grande parte ao jazz) está a trabalhar no seu sucessor, que deverá sair em finais deste ano. A anunciá-lo, é publicado esta segunda-feira, em single e videoclipe, um tema inédito intitulado Doktor Doom que se atira ao “senhor da guerra” do momento. Atentem na letra: “Hey Doktor Doom, you must be “Puttin’” me on/ Whenever you’re in trouble/ you play the same sad song/ But if you think we’re scared/ You’re so so wrong/ Over Here!!! Drop that bomb!” Ou seja: se pensa que nos intimida, está enganado.

Com Kiko Pereira (voz), completam os Blues Refugees António Mão de Ferro (guitarras), Jorge Filipe Santos (teclados), Carl Minnemann (baixo) e João Cunha (bateria). No texto que acompanha o lançamento, escrevem: “E se neste momento, onde você está, entrasse Estaline, Hitler, Pol Pot, ou outro desses déspotas assassinos que a história continua a regurgitar? Você está cara a cara com ele. O que vence? O medo com que eles constroem o seu rasto de violência? Ou será que seria capaz de o desafiar, questionando as insuportáveis consequências dos seus actos? A pergunta que nós, aconchegados nas nossas democracias, devemos fazer é até onde somos capazes de ir para defender a nossa forma de vida. Só assim lhe damos verdadeiro valor.”

Mais uma vez, como sucedeu com Threadbare, a data escolhida para o lançamento foi 13 de Fevereiro, dia do aniversário de Francisco “Kiko” Pereira. Por altura do álbum de estreia, Kiko justificou assim ao PÚBLICO a coincidência: “Achei giro, oferecer uma prenda em vez de receber”. Agora, a prenda surge em forma de desafio, com Doktor Doom a agitar os corpos e as consciências. Para que resistamos, sem assobiar para o lado.