Cidadãos acusam câmara de Oeiras de subvalorizar os efeitos das cheias

Oeirenses lançaram petição pública e querem conhecer o projecto para reformular a entrada da Av. dos Bombeiros Voluntários e os impactos do fecho do centro de saúde.

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Vários locais em Oeiras foram tomados pela água em Dezembro Ricardo Lopes

Um grupo de cidadãos de Oeiras lançou neste sábado uma petição pública que querem levar à assembleia municipal da autarquia para que sejam discutidos e resolvidos diversos problemas que dizem ter sido causados depois das duas grandes cheias que afectaram o concelho em Dezembro do ano passado.

Estes oeirenses começam logo por afirmar no texto que os eventos climatéricos “foram subvalorizados pelo executivo da Câmara Municipal de Oeiras [CMO]” e tiveram “como consequência a perda de uma vida humana e prejuízos avultados na degradação de infra-estruturas do município, assim como nos bens de centenas de famílias e comerciantes”. Lembram ainda que o prejuízo global foi estimado pela autarquia “em mais de 15 milhões de euros”.

“Consideram os peticionários que as cheias ocorridas no final de 2022 deverão levar todos os partidos políticos, seus representantes, forças vivas do município, cidadãos e toda a comunidade a uma discussão aprofundada para uma avaliação séria das causas desta tragédia, assim como na definição de medidas que venham a mitigar eventos futuros”, acrescentam.

Solicitam, por isso, o agendamento de diversos pontos na ordem de trabalhos numa sessão da Assembleia Municipal de Oeiras, extraordinária e descentralizada, a realizar-se na freguesia de Algés, Linda-a-Velha e Cruz-Quebrada/Dafundo.

Para a agenda de trabalho propõem que sejam discutidas as “causas, medidas e investimentos prioritários para mitigação dos efeitos das cheias em Algés” e que seja feito um novo ponto de situação dos “prejuízos globais causados ao município, à população e comerciantes, assim como a divulgação de todos os apoios atribuídos pelo município”.

Pedem ainda a apresentação do projecto inicial para a antiga praça de touros de Algés, assim como do projecto de jardim e remodelação da principal entrada de Algés (Av. dos Bombeiros Voluntários), “uma vez que o que se está a verificar no terreno significa o não cumprimento das promessas eleitorais do actual presidente de câmara”, Isaltino Morais, “significando a total impermeabilização dos solos em zonas que no ano passado já foram devastadas pelas cheias”.

Querem um ponto da situação sobre o estado do Centro de Saúde de Algés e que seja feita a “ponderação de outras localizações que garantam a segurança dos utentes e a continuidade deste serviço de saúde essencial à população” e que estas não se situem em leito de cheia, como dizem ser a opção do presidente da CMO

Por fim, pedem que seja feita a apresentação pública do empreendimento do Parque dos Cisnes em Miraflores, “estudos de tráfego, estudos de impacto nos serviços essenciais”, assim como, a “possível revisão do plano global no sentido da diminuição do índice de construção em Miraflores negociando e compensado o empreiteiro, com outras licenças em zonas de menor densidade populacional no município”.

Na passada sexta-feira, em comunicado, a autarquia oeirense anunciou que os comerciantes que foram afectados pelas cheias de Dezembro e que pediram apoios à CMO vão começar a receber subsídios nesta segunda-feira, e que vão também avançar com apoios às duas associações desportivas afectadas pelas cheias.

De um total de 21 comerciantes que vão receber os apoios municipais, oito empresários receberão nesse dia os subsídios da câmara, num valor total de quase 64.900 euros, revela ainda a autarquia.

O município informa ainda que vai pagar entre 20% e 50% dos prejuízos apresentados pelos comerciantes.

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