Autarca de Loures vai continuar a falar com todos sobre a Jornada Mundial da Juventude

Ricardo Leão reage a corte de relações de Lisboa com o coordenador do Governo e garante que quem manda na organização de Loures é ele.

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Jornada Mundial da Juventude divede câmara de Lisboa e coordenador do Governo Rui Gaudencio

Ricardo Leão, presidente da Câmara Municipal de Loures (CML), reagiu nesta quarta-feira às declarações de Carlos Moedas, presidente da autarquia alfacinha, que chamou a si toda a coordenação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, afirmando que quem manda no projecto a cargo de Loures é ele. E garante que vai continuar a falar com toda a gente.

Já depois de Moedas ter chamado a si a responsabilidade pela coordenação da JMJ em Lisboa, o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, anunciou o corte total com José Sá Fernandes, coordenador nomeado pelo Governo para o evento.

“Quando o presidente da câmara diz ‘eu agora é que coordeno’, o que está a dizer é que nós não aceitamos mais pretensos coordenadores que não fazem nada e que não ajudam a resolver nada. A câmara municipal é que coordena, a câmara municipal é que vai fazer”, afirmou Filipe Anacoreta Correia, responsável na autarquia de Lisboa pela organização da JMJ, na assembleia municipal de terça-feira.

O autarca socialista de Loures, em declarações à TSF, disse que “o que vai na alma do comentário” de Carlos Moedas “ele melhor responderá”. Não deixou, porém, de lembrar que “há um memorando onde todos tiveram acesso ao que cada um vai fazer”.

“A partir de Novembro de 2022, eu soube o que eu tinha de fazer no concelho de Loures. E aí sou eu que coordeno essa parte, não é Lisboa que vai coordenar a parte de Loures, mas compreendo a posição que Carlos Moedas tomou”, afirmou Ricardo Leão, acrescentando que vai continuar “a fazer aquilo que estava a fazer até agora”.

Os responsáveis do executivo da autarquia lisboeta afirmaram que, a partir de agora, apenas falam com a Igreja sobre a organização da jornada. Já Ricardo Leão garante que vai continuar a falar com toda a gente: “Eu tenho-me entendido quer com a Igreja, quer com o coordenador Sá Fernandes, quer com o Governo e com o próprio Carlos Moedas.”

O presidente da Câmara de Loures concorda com o autarca alfacinha no que respeita à necessidade de se fazerem cortes nas despesas planeadas para a JMJ. “O que temos à responsabilidade de Loures foi por indicação, quer do coordenador José Sá Fernandes, quer da própria Igreja. Nós temos uma parte considerável (de nove a dez milhões de euros) para infra-estruturar todo aquele espaço, que é um investimento bem-vindo porque vai transformar uma nova frente ribeirinha, é algo que fica. E depois temos alugueres de tendas e de baias”, disse ainda à TSF.

Leão referiu que há ainda “outros custos importantes”, como uma ponte militar, de “que ainda ninguém falou, que vai ligar uma parte à outra, e que vai ter um custo de 700 mil euros a dividir entre Lisboa e Loures, ponte essa que vai ser só usada para a JMJ”. “Se também quiserem poupar nessa ponte e acharem que não é necessária, logo aí poupo 350 mil euros”, concluiu.

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