Face aos constantes apagões, Zoo de Kiev monta um forno de lenha para aquecer o gorila Tony

Com os apagões que podem durar entre quatro e 12 horas por dia, manter o único gorila do jardim zoológico de Kiev aquecido é um desafio. Tratadores instalaram forno a lenha na secção dos primatas.

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O enorme Tony é o único gorila do zoológico de Kiev Reuters/GLEB GARANICH
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Secção de Tony está a ser aquecida por um forno a lenha Reuters/GLEB GARANICH

O gorila Tony, assim como outros primatas, odeia o frio. É um desafio constante para os tratadores do jardim zoológico de Kiev mantê-lo aquecido e confortável durante as longas horas de apagões causados todos os dias pela guerra na Ucrânia.

A Rússia tem bombardeado a rede eléctrica e as infra-estruturas de aquecimento do país nos últimos meses. Até agora, o Inverno tem-se revelado ameno, mas as temperaturas que se fazem sentir na capital ucraniana (zero graus Celsius durante o dia e -10 graus Celsius à noite) são muito frias para Tony e outros animais de países tropicais.

“Quando a energia é cortada e o aquecimento é parado temos que pensar em soluções para que os nossos primatas não congelem. Eles precisam de estar em ambientes com temperaturas de pelo menos 20 graus Celsius. Foi por isso que montamos um forno a lenha aqui na secção dos primatas. Acendemo-lo todas as manhãs", diz Valentyna Dykarova, especialista em primatas do jardim zoológico de Kiev, com o enorme Tony — o único gorila do zoológico — a observá-la impassivelmente.

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O gorila Tony, de 48 anos REUTERS

Dykarova explica que os primatas se tornam menos activos e param de comer quando não há luz. Como solução temporária, os tratadores do gorila de 48 anos instalaram luzes alimentadas por baterias. Também há ajuda a caminho, vinda da Alemanha. Uma equipa do zoológico de Berlim conseguiu arrecadar 400 mil euros em contribuições para financiar a compra de geradores e outros aparelhos.

Os geradores vão fornecer electricidade e um aquecimento adicional ao zoológico, cujos aparelhos são insuficientes para cobrir todas as necessidades.

Christiane Reiss, porta-voz do zoológico de Berlim, disse que ficou "profundamente comovida" quando os colegas de Kiev a avisaram, durante uma das muitas chamadas telefónicas sobre o envio dos geradores, que a ligação podia cair porque a cidade estava "debaixo de fogo" e estavam a cair mísseis. "Nós, na Alemanha, não podemos imaginar como deve ser viver em tal situação."

O director do zoológico de Kiev, Kyrylo Trantin, disse que a ajuda alemã foi muito oportuna. “Sabemos que Fevereiro será um mês difícil para nós e precisamos de fazer todos os possíveis para garantir que os nossos animais não percebam que há uma guerra a acontecer lá fora. Estamos privados de electricidade entre quatro a 12 horas por dia. Estes geradores significam que os nossos animais podem viver muito melhor."

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