“Não se pode investir mais na investigação de um furto do que na violência doméstica”

O aumento dos suicídios entre os homicidas em casos de violência doméstica é uma das preocupações de Rui do Carmo, no momento em que deixa o cargo de coordenador da equipa de análise retrospectiva.

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Rui do Carmo, procurador da República jubilado e coordenador da Equipa de Análise Retrospectiva de Homicídio em Violência Domestica Sergio Azenha

O fosso entre o que está na lei e a prática das instituições convocadas para intervir nos casos de violência doméstica é uma das preocupações de Rui do Carmo, no momento em que sai da Equipa de Análise Retrospectiva de Homicídio em Violência Doméstica (EARHVD). Seis anos e 27 análises de homicídios depois, Rui do Carmo alerta que é preciso pôr tribunais, polícias e demais instituições a falarem entre si considera que as quase 900 mulheres e mais de 700 crianças desviadas para casas de abrigo, enquanto os agressores continuam no seu meio natural de vida, deviam-nos interpelar a todos. O especialista reclama ainda mais condições de trabalho para acabar com a “persistente precariedade” numa equipa que daqui em diante deverá ser coordenada pela procuradora-geral adjunta jubilada Raquel Desterro Almeida Pereira – o seu nome foi proposto pelo conselho Superior do Ministério Público, mas está à espera da aprovação governamental.

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