Utilizadores de trotinetas com excesso de álcool quase duplicaram em 2022

Durante o ano de 2022 foram detidas 58 pessoas por conduzirem com excesso de álcool.

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PSP deteve vários utilizadores de trotinetas com excesso de álcool GUILLERMO VIDAL

A PSP deteve 58 condutores de trotinetas com excesso de álcool em 2022, quase o dobro em relação a 2021, revelou esta terça-feira aquela polícia no seminário "Mobilidade Ativa: Futuro em Segurança".

Na iniciativa, organizada pelo Ministério da Administração Interna (MAI) e a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), o chefe de divisão de trânsito e segurança rodoviária da Polícia de Segurança Pública, João Ramos, precisou que 145 condutores de trotinetas apresentaram uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 gramas por litro, o que é considerado crime, entre 2019 e 2022.

Segundo a PSP, a média de idade destes utilizadores de trotinetas alcoolizados era de 26 anos.

Os dados desta polícia mostram que 58 utilizadores de trotinetas foram detidos com excesso de álcool em 2022, no ano anterior foram 30, em 2020 foram seis e em 2019 foram 51.

O mesmo responsável avançou também que, entre 2017 e 2022, a PSP registou 1134 acidentes envolvendo trotinetas, que provocaram 25 feridos graves e 890 feridos ligeiros, sendo 2022 o pior ano.

De acordo com esta força de segurança, os acidentes aumentaram 92% no ano passado em relação a 2021, os feridos graves subiram 12% e os feridos ligeiros 80%.

Em 2022, ocorreram 556 acidentes envolvendo trotinetas, que provocaram 13 feridos graves e 440 feridos ligeiros, enquanto em 2021 foram registados 269 desastres, sete feridos graves e 244 feridos ligeiros.

Por sua vez, no ano de 2020, marcado por restrições na circulação devido à pandemia de covid-19, a PSP registou 97 acidentes, dois feridos graves e 69 ligeiros, em 2019 ocorreram 169 desastres, três feridos graves e 119 ligeiros e os anos com números mais reduzidos foram 2018 e 2017 quando se verificaram, respectivamente, 23 e seis acidentes, 18 e três feridos ligeiros e dois feridos graves em 2017 e zero em 2018.

Feridos em acidentes com trotinetas e bicicletas quase que triplicaram em 4 anos

Os feridos de acidentes envolvendo trotinetas, bicicletas e skates transportados pelo INEM quase que triplicaram em quatro anos, totalizando 6280, revelou esta terça-feira o presidente do instituto, alertando para as lesões que podem ser "muito graves ou mesmo fatais".

"Os acidentes envolvendo bicicletas, trotinetas e skates tem vindo a aumentar, particularmente a nível dos grandes centros urbanos", realçou Luís Meira, presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), no mesmo seminário, "Mobilidade Ativa: Futuro em Segurança".

Ressalvando que há dificuldade em obter dados fidedignos sobre a sinistralidade da designada mobilidade suave, Luís Meira precisou que um em cada três feridos é grave.

O INEM registou 6280 feridos com trotinetas, bicicletas e skates em 2022, no ano anterior tinha transportado 3251, enquanto em 2020 — ano marcado por restrições à circulação devido à pandemia — foram 2642 feridos e em 2019 foram 2265.

Em comparação com 2021, os feridos de acidentes transportados pelo INEM aumentaram 93% em 2022.

Dos 6280 feridos transportados pelo INEM no ano passado, 4254 eram ciclistas, 4254 utilizadores de trotinetas e 335 de skates.

Sobre os utilizadores de trotinetas, os acidentes aumentaram 78% no ano passado em relação a 2021, quando se registaram 946, voltando a descer em 2020 (367), enquanto em 2019 o INEM registou 577 feridos.

Em relação aos ciclistas, o Instituto Nacional de Emergência Médica registou 4254 acidentes em 2022, baixando para 3004 em 2021, para 1970 em 2020 e 1510 em 2019.

De acordo com o INEM, a maioria dos acidentes envolvendo a mobilidade suave aconteceu nos meses de verão, nomeadamente em Julho e Agosto, e os concelhos de Lisboa, Porto, Vila Nova de Gaia, Cascais e Coimbra são aqueles com maior número de desastres.

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