FIFA quer (pelo menos) um Estádio Pelé em todos os países do mundo

Gianni Infantino vai fazer pedido a todas as federações. Ministério Público do Rio de Janeiro impediu mudança de nome do Maracanã em 2021.

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Homenagem a Pelé em Vila Belmiro, junto ao estádio do Santos Reuters/AMANDA PEROBELLI

O presidente da FIFA quer que todos os países do mundo tenham pelo menos um estádio com o nome de Pelé. Foi durante o velório do internacional brasileiro – que morreu na passada quinta-feira aos 82 anos – que Gianni Infantino tornou pública a sua ideia de homenagem duradoura ao “rei” do futebol.

“Neste momento, pedimos a todas as federações do mundo um minuto de silêncio nos jogos em memória de Pelé. Mas também vamos pedir a todos os países do mundo que baptizem um estádio [com o nome de Pelé]. Daqui a cem anos, quando as crianças perguntarem quem é o Pelé, têm de se lembrar dele num sítio onde se marca golos, onde se sentem as emoções. Temos de garantir que isto acontece”, afirmou o responsável, em declarações aos jornalistas no Estádio Vila Belmiro, casa do Santos, clube que abriu a Pelé as portas do futebol profissional.

Ainda não são conhecidas posições oficiais das federações relativamente a este pedido, mas, pelo menos no Brasil, é certo que a memória de Pelé continuará bem viva. Na cidade de Maceió, o pedido da FIFA já foi cumprido: fundado em 1970 e com capacidade para 20 mil espectadores, o Estádio Rei Pelé serve de casa ao Clube de Regatas Brasil e ao CSA, emblemas das divisões inferiores do futebol brasileiro.

Em Março de 2021, a mudança de nome do Maracanã, o estádio mais importante na história do país, foi chumbada após uma recomendação Ministério Público do Rio de Janeiro. Esta autoridade considerou que o nome do estádio integra a identidade cultural carioca, pedindo ao governador Cláudio Castro um veto ao projecto de lei que concretizaria a alteração. Falou-se ainda da construção de um outro complexo desportivo na terra natal do “rei”, Minas Gerais. O projecto para a construção da “Arena do Rei” foi anunciado em 2017, mas acabaria por nunca sair do papel.

Quase uma semana após a morte de Pelé, prosseguem as cerimónias fúnebres do jogador: esta segunda-feira, o corpo do "rei" chegou ao estádio do Santos, onde se encontra actualmente em câmara ardente para uma última despedida.

O funeral da lenda do futebol é esta terça-feira e será reservado a familiares e amigos próximos. Antes disso, o caixão vai percorrer as ruas de Santos e fazer uma paragem na casa da mãe do jogador. Dona Celeste – como é conhecida – tem 100 anos e, de acordo com a irmã de Pelé em declarações ao site ESPN na sexta-feira, ainda não sabia da morte do filho.

"Nós conversamos, mas ela não sabe. Ela está bem, mas está no mundinho dela. Não sabe, ou sabe. Às vezes, eu falo: 'Dico está assim, mas vamos rezar por ele, né, mãe?'. Às vezes ela abre o olho. Mas consciente ela não está", explicou Maria Lúcia do Nascimento, irmã de Pelé.

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