Protestos de cidadãos curdos em Paris tornam-se violentos

Centenas de pessoas reuniram-se este sábado no centro de Paris para exigir respostas sobre o assassinato de três curdos na capital francesa na sexta-feira.

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Centenas reuniram-se na Praça da República, em Paris Reuters/SARAH MEYSSONNIER
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Manifestação na Praça da República, em Paris Reuters/SARAH MEYSSONNIER
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Manifestação na Praça da República, em Paris Reuters/SARAH MEYSSONNIER

Pelo segundo dia consecutivo, a capital francesa foi alvo de confrontos violentos entre as autoridades e manifestantes curdos devido ao assassinato de três membros da comunidade curda na sexta-feira.

Carros foram derrubados, montras das lojas foram danificadas e pequenos incêndios foram detectados perto da Praça da República, em Paris, onde a população curda se tinha reunido durante a manhã para um protesto pacífico. Pelo menos um veículo foi incendiado. Há cerca de 30 pessoas com ferimentos ligeiros.

Os protestos, que juntaram centenas de curdos em Paris, foram convocados pelo Conselho Democrático Curdo em França (CDK-F)

Em declarações ao canal de notícias BFM TV, o chefe da polícia de Paris, Laurent Nunez, diz que não consegue identificar o motivo dos confrontos, mas nota que apenas algumas dezenas de manifestantes causaram a violência. Pelo menos 11 pessoas foram detidas.

As mortes que motivaram os protestos ocorreram esta sexta-feira depois de um atirador abrir fogo junto a uma associação cultural curda, a um restaurante e a um salão de cabeleireiro no centro de Paris, em França.

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Centenas de pessoas reuniram-se na Praça da República, em Paris Reuters/SARAH MEYSSONNIER

O atirador, um homem de 69 anos, foi detido. O presumível autor do ataque era já conhecido pelas autoridades por ter atacado um acampamento de migrantes em 2021, com recurso a um sabre.

As autoridades estão a investigar possíveis motivações racistas para o ataque de sexta-feira, mas os representantes curdos disseram que deveria ser considerado como um ataque terrorista. "Sabemos que estamos sob ameaça, curdos em geral, activistas e militantes curdos. A França deve-nos protecção", disse Berivan Firat, porta-voz da CDK-F, à BFM TV.

Os assassinatos de sexta-feira causaram particular consternação na comunidade curda que se prepara para comemorar o 10.º aniversário dos assassinatos de três mulheres curdas em Paris, em 2013.

"A comunidade curda está com medo. Já estava traumatizada com o triplo homicídio [em 2013]. Precisamos de respostas, apoio e consideração", disse David Andic, um advogado representante do CDK-F, aos repórteres na sexta-feira.

Notícia actualizada às 17h54 com informação sobre os protestos.

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