Se guerra fosse só uma palavra, outro Natal cantaria

Tem um poder imenso, a palavra. Mas não mata, nem a mais afiada. Fosse a guerra só uma palavra e este Natal podia ser bem diferente.

Contou certo dia Chico Buarque, e isso está registado em vídeo, que o poeta e compositor Vinicius de Moraes não se intimidava perante qualquer plateia, mesmo que não dominasse bem a língua local. Há um belo registo desse destemor, nos discos gravados no café-concerto La Fusa, em Buenos Aires (em 1970 e 1971), mas o exemplo dado por Chico ocorreu em Itália, quando Vinicius ali cantou. Antes de cantar falava, e muito. Chico Buarque, que se exilara em Roma em 1969, assistia ao concerto. A seu lado, um italiano mostrava-se muito divertido, rindo e aplaudindo. Comentando que o sujeito ali no palco era muito bom, a dado passo inquiriu: “Ma che lingua parla?” Tal o “italiano” de Vinicius.

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