Argentina ganhou em toda a linha: melhor jogador, jovem e guarda-redes

Só Kylian Mbappé rompeu a hegemonia sul-americana nos prémios individuais.

Foto
Enzo Fernández foi eleito o melhor jovem do torneio Reuters/MOLLY DARLINGTON

Pela primeira vez na história, há jogadores campeões do mundo que actuam na Liga portuguesa. Nico Otamendi e Enzo Fernández, futebolistas do Benfica, estiveram entre os mais utilizados por Lionel Scaloni na Argentina campeã, que tem mais dois “velhos” conhecidos do campeonato português — Marcos Acuña (Sporting 2017-20) e Angel Di María (Benfica 2007-10).

Deste lote, há um que se destaca dos demais: Enzo Fernández, distinguido com o prémio de melhor jovem jogador do Qatar 2022. O médio teve uma afirmação categórica ao longo do torneio, tendo começado como segunda opção para o meio-campo, antes de assegurar a titularidade ao terceiro jogo, diante da Polónia, para não mais deixar fugir o estatuto. Aos 21 anos, o argentino acrescenta mais uma camada de prestígio a um percurso de afirmação que dificultará (ainda mais) a sua continuidade no futebol português nos próximos tempos.

Enzo não foi o único, porém, a merecer destaque individual da FIFA entre os novos campeões do mundo. À cabeça, está o incontornável Lionel Messi. Ele, que já havia sido distinguido como melhor jogador do Mundial de 2014, repetiu a façanha, mas agora com o troféu de campeão mundial para exibir

Foi uma caminhada tremenda do número 10 da Argentina, desde o primeiro jogo (desaire com a Arábia Saudita), em que apontou o primeiro golo, até à final, que concluiu com mais dois (e ainda um penálti convertido no desempate da marca dos 11 metros). No total, o astro do PSG terminou a prova com sete, só superado por Kylian Mbappé, o melhor marcador do torneio.

Esse foi, de resto, um duelo particular dentro do embate maior que foi o Argentina-França. Dois golos de Messi, três de Mbappé (a que juntou também o castigo máximo convertido no desempate decisivo) e troféu de máximo goleador para o avançado, também ele, do PSG, que em 2018, na Rússia, tinha sido eleito o melhor jovem do Mundial.

Mbappé constituiu, de certa forma, a excepção francesa no meio da quase hegemonia argentina. Isto porque o galardão de melhor guarda-redes foi parar às mãos de Emiliano Martínez. O guarda-redes do Aston Villa (clube que, pela primeira vez na história, esteve representado na final de um Campeonato do Mundo, tal como aconteceu com o Brighton, de Alexis Mac Allister) foi determinante em diferentes fases da caminhada “albiceleste” e voltou a provar que os penáltis são uma especialidade.

Depois de ter evitado um golo certo na final — com uma estirada fabulosa quando Kolo Muani surgiu isolado, aos 119’ —, defendeu o remate de Kingsley Coman no desempate por penáltis e reforçou a sua influência neste domínio. Ele, que já tinha vestido a pele de “herói” nas mesmas circunstâncias, nos quartos-de-final, diante da Croácia. Aos 30 anos, do alto do seu 1,95m, Emiliano — que não conseguiu impor-se no Arsenal — atingiu o ponto alto da carreira.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários