Gaya de Medeiros e os corpos da utopia

BAqUE, criação da bailarina e coreógrafa, é uma peça de celebração assumida por um colectivo trans em estado revolucionário. Até 18 de Dezembro no TBA.

Foto
José Fernandes

Gaya de Medeiros está estendida no chão, coberta de peças de roupa, sem movimentos visíveis. Depois entram os outros quatro intérpretes, recolhem a roupa, lançam-na ao ar, lançam-na para longe, e vão colocar-se no canto oposto, à espera. Gaya de Medeiros, ficamos a saber entretanto, está nua, deitada de barriga para baixo e há-de dizer ao público, querendo descansar quem nisos pudesse ver motivo de estranheza, que não se vai levantar nem virar de frente. “É melhor para todo o mundo”, diz, tentando adivinhar o que possa passar pela cabeça de quem assiste. E arrasta-se até meio do palco, por cima de tapete uma relva artificial, escondendo o corpo.

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