Greve de professores com impacto em dezenas de escolas

Sindicato de Todos os Professores convocou uma greve por tempo indeterminado, que se iniciou nesta sexta-feira.

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Manifestação de professores a 2 de Novrmbeo, frente ao Parlamento Daniel Rocha

À porta da Escola Secundária de Ponte de Lima, um cartaz amarelo dirigido aos alunos dava conta de que nesta sexta-feira era dia de greve de docentes, o primeiro de uma paralisação convocada por tempo indeterminado pelo Sindicato de Todos os Professores (Stop). “Hoje não estamos aqui a ensinar-vos Línguas ou Matemática, mas a ensinar-vos a defender os vossos direitos”: é uma das proclamações escritas naquele cartaz.

Onde também se justifica assim a greve: “Em nome dos nossos direitos e dos vossos, a nossa luta tornou-se crucial.” A convocação desta acção seguiu-se a propostas apresentadas pelo Ministério da Educação aos sindicatos no sentido de se criarem procedimentos municipais de colocação de professores, que passariam pela sua distribuição por escolas a ser feita por conselhos locais de directores, em função dos perfis dos docentes. Para o dirigente do Stop, André Pestana, trata-se de uma proposta “perigosíssima”, que vai permitir “cunhas e favorecimentos”.

Segundo o balanço do sindicato avançado a órgãos de comunicação social, várias escolas fecharam e dezenas estiveram a meio gás devido à greve. Houve também cordões humanos e concentrações para marcar o dia em frente de muitas destas escolas.

Para além das mudanças propostas para os concursos de colocação de professores, o Stop apontou outros objectivos para esta greve: reivindicar um aumento dos salários que compense a inflação, a contagem de todo o tempo de serviço prestado durante o período de congelamento das carreiras e o fim das quotas para o acesso ao 5.º e 7.º escalões da carreira docente. Só este ano, estas quotas levaram a que mais de metade dos professores que cumpriam os requisitos para a progressão ficasse de fora.

As duas maiores estruturas sindicais de professores, Fenprof e FNE, e outros oito sindicatos independentes não aderiram a esta greve. “Não tem sentido, neste momento, entrarmos em determinado tipo de acções absolutamente radicalizadas num momento em que está suspensa a negociação”, justificou o líder da Federação Nacional de Professores, Mário Nogueira. O Ministério da Educação adiou o prosseguimento das negociações sobre os concursos para o próximo ano.

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