Detida vice-presidente do Parlamento Europeu em investigação de lóbi ilegal do Qatar

Polícia de Bruxelas realizou 16 buscas domiciliárias e efectuou as detenções, entre as quais o companheiro de Eva Kaili, actual colaborador ligado ao grupo dos Socialistas e Sociais Democratas no PE.

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Eva Kaili ocupa uma das 14 vice-presidências do Parlamento Europeu Vladimir Rys

A vice-presidente do Parlamento Europeu (PE), a social-democrata grega Eva Kaili, está entre os cinco detidos na Bélgica no âmbito de uma investigação sobre alegado lobby ilegal do Qatar para influenciar decisões políticas em Estrasburgo, segundo a imprensa belga.

Eva Kaili, que ocupa uma das 14 vice-presidências do PE, foi detida esta tarde no âmbito desta investigação e a sua casa alvo de buscas pelas autoridades, noticiaram o jornal Le Soir e a revista Knack.

A polícia de Bruxelas realizou hoje 16 buscas domiciliárias e efectuou as detenções, entre as quais o companheiro de Kaili, actual colaborador ligado ao grupo dos Socialistas e Democratas no PE, adiantaram as mesmas fontes.

"Durante vários meses, [as autoridades] suspeitavam que um país do Golfo estivesse a influenciar as decisões económicas e políticas do Parlamento Europeu ao pagar quantidades avultadas de dinheiro ou ao oferecer grandes presentes a terceiros com uma posição política e estratégica significativa dentro do Parlamento Europeu", lê-se num comunicado do Ministério Público da Bélgica, citado pela Euronews.

Segundo avança a publicação, as autoridades belgas apreenderam vários computadores e telemóveis durante as rusgas e recuperam cerca de 600 mil euros em dinheiro.

O grupo dos Socialistas e Democratas apelou à suspensão de debates e votações relativas a países do Golfo até que exista mais informação. "Dada a gravidade das alegações, até que as autoridades competentes forneçam informações e esclarecimentos relevantes, solicitamos a suspensão dos trabalhos sobre quaisquer dossiers e votações plenárias relativos aos Estados do Golfo, em particular a liberalização dos vistos e as visitas planeadas", lê-se num comunicado publicado esta sexta-feira.

Desde o começo do Mundial de Futebol de 2022 que o Qatar e os restantes países do Golfo têm sido alvo de fortes críticas devido às políticas em vigor sobre os direitos LGBTQ+ e de trabalhadores migrantes.

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