Greve na reinserção e serviços prisionais pode afectar vigilância electrónica

Sindicalista alerta para efeitos da greve de três dias: centros educativos vão ter de ficar fechados e pode haver constrangimentos na monitorização das pessoas em vigilância electrónica.

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Greve dos trabalhadores das carreiras técnicas de Reinserção e Serviços Prisionais pode afectar monitorização das pessoas em vigilância electrónica. Paulo Pimenta

Os trabalhadores das carreiras técnicas de Reinserção e Serviços Prisionais iniciam hoje uma greve de três dias em protesto contra a falta de revisão das carreiras, ausência de abertura de concursos de promoção e a escassez de recursos humanos.

E o presidente do presidente do Sindicato dos Técnicos da Direcção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais (SindDGRSP), Miguel Gonçalves, alerta para os possíveis constrangimentos. Segundo o sindicalista, com a greve, os centros educativos vão ter de ficar fechados, porque os serviços mínimos implicam isso: "não há visitas, não há contactos com as famílias", acrescentando que esses efeitos podem alargar-se à monitorização das pessoas em vigilância electrónica.

A greve, convocada pelo SindDGRSP, vai decorrer entre hoje e sexta-feira para os técnicos profissionais de reinserção social e no último dia para os restantes técnicos da DGRSP, num universo que abrange aproximadamente 1.000 trabalhadores.

O presidente do SindDGRSP disse à Lusa que as carreiras foram revistas em 2008, mas desde essa data os trabalhadores só receberam "promessas", aludindo ainda à degradação das condições de vida destes profissionais.

Para o presidente do SinDGRSP, a expectativa dada pela tutela de abertura de concurso para recrutar uma centena de trabalhadores em 2023 não resolve os problemas do sector, face à não-actualização das carreiras e dos vencimentos.

"Essas pessoas ganhavam há cinco ou seis anos 200 euros acima do salário mínimo nacional. Como são carreiras não revistas, os auxiliares técnicos vão ganhar mais do que eles, portanto, não sei quem vai concorrer. Vão abrir o concurso para quê, se vão ganhar o salário mínimo e menos do que os vigilantes que estão lá a olhar para o exterior das instalações?", questionou.

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