Líder do Daesh fez-se explodir depois de se ver cercado

O denominado Estado Islâmico disse que Abu al-Hassan al-Hashemi al-Quraishi morreu em meados de Outubro “a lutar contra os inimigos de Deus”.

Foto
Um combatente do Daesh em 2014, quando o grupo controlava uma fatia da Síria e do Iraque e declarou a criação do seu califado Reuters/STRINGER

O líder do Daesh, habitualmente designado como Estado Islâmico, Abu al-Hassan al-Hashemi al-Quraishi, que morreu na Síria em meados de Outubro, fez-se explodir depois de ele e os seus ajudantes se terem visto cercados por combatentes locais na cidade de Jasem, disseram à Reuters combatentes que estiveram envolvidos na luta.

Os militares norte-americanos afirmaram na quarta-feira que o líder do Daesh foi morto numa operação levada a cabo pelo Exército Sírio Livre (FSA) na provincia de Deraa, no sul do país.

A província ficou sob controlo do exército sírio depois dos acordos de reconciliação de 2018, sob auspício russo, e que devolveram a Damasco o controlo do sul da Síria.

Quraishi e os seus ajudantes foram descobertos num esconderijo secreto numa casa, disseram as fontes, que incluem combatentes do FSA, familiares de companheiros que morreram no confronto e residentes em Jasem.

“O líder e os seus companheiros fizeram-se explodir com os seus coletes de explosivos depois de os nossos combatentes terem conseguido invadir o seu esconderijo”, afirmou Salem al-Horani, residente em Jasem e antigo combatente que participou no cerco das três casas onde a célula do Daesh foi descoberta.

O FSA receberam apoio do Ocidente e dos Estados do Golfo até 2018, mas os seus combatentes permaneceram na zona depois dos acordos de reconciliação, sob os quais entregaram as suas armas pesadas, mas forma autorizados a manter as armas ligeiras.

O Daesh escolheu Abu al-Hussein al-Husseini al-Quraishi como o seu novo líder, disse o porta-voz do grupo numa gravação, sem adiantar mais pormenores sobre o novo líder.

Segundo o porta-voz, Quraishi foi morto a “lutar contra os inimigos de Deus”.

O Daesh emergiu do caos da guerra civil no vizinho Iraque e ocupou partes substanciais do território do Iraque e da Síria em 2014. O seu antigo líder Abu Bakr al-Bahgdadi declarou a criação de um califado islâmico desde uma mesquita na cidade de Mossul, no norte do Iraque, e proclamou-se a si próprio califa de todos os muçulmanos.

O governo brutal do Daesh, durante o qual matou e executou milhares de pessoas em nome da sua interpretação estrita do Islão, acabou em Mossul quando as forças iraquianas e internacionais aí derrotaram o grupo em 2017.

Na Primavera de 2019, o grupo perdeu a sua última parcela de território na Síria, mas mantém células adormecidas em várias províncias que realizam ataques relâmpago. Reuters

Sugerir correcção
Ler 10 comentários