Ficheiros de mais de 2,2 milhões de portugueses roubados em ataque ao WhatsApp

Empresa especializada em cibersegurança analisou os dados de utilizadores do WhatsApp que se encontram à venda na Darknet e revelou que a fuga contém 360 milhões de números de telefone.

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Entre os ficheiros roubados ao WhatsApp num ataque, há mais de 2,2 milhões de registos portugueses “disponíveis para venda” Thomas White/Reuters

A consultora Check Point Research disse esta quarta-feira que, entre os ficheiros roubados ao WhatsApp num ataque, há mais de 2,2 milhões de registos portugueses “disponíveis para venda”, referiu, num comunicado.

A empresa, especializada em cibersegurança a nível mundial, “analisou os ficheiros relacionados com os dados de utilizadores do WhatsApp que se encontram à venda na Darknet, e revelou que a fuga contém 360 milhões de números de telefone de utilizadores do WhatsApp de 108 países”.

De acordo com a consultora, “em Portugal mais de dois milhões e duzentos mil registos foram afectados”, sendo que “nos últimos quatro dias, os ficheiros, que incluem códigos de marcação internacional e foram postos à venda pela primeira vez, estão agora a ser distribuídos livremente entre os hackers”.

De acordo com a Check Point Research, “embora a informação à venda seja apenas números de telefone activos e não o conteúdo de quaisquer mensagens em si, esta é uma violação em grande escala de uma aplicação móvel utilizada por milhões de pessoas em todo o mundo”, alertando que “uma consequência imediata da violação é o potencial de esses números serem utilizados como parte de ataques de phishing personalizados através da própria aplicação”.

“Apelamos a todos os utilizadores do WhatsApp para que sejam extra vigilantes em relação às mensagens que recebem e pratiquem extremo cuidado quando se trata de clicar em quaisquer ligações e mensagens partilhadas na aplicação”, sublinhou.

De acordo com a consultora, “uma vez que os cibercriminosos tenham acesso a números de telefone que depois são vendidos, ataques como vishing ou smshing são susceptíveis de se seguir”, explicando que o vishing “é uma forma de ataque de engenharia social em que uma vítima é enganada a dar informações por telefone, enquanto o smshing é conduzido através de SMS.”.

“Com milhões de registos disponíveis para comprar, é altamente provável que estes tipos de ataques aumentem”, referiu, indicando que “é também possível que os hackers possam aceder a outros serviços online utilizando o número de telefone, o que pode ter consequências mais prejudiciais”.

A Check Point Research adiantou ainda que “encontrou um aumento nos ataques de phishing por volta da época de férias, com um aumento de 17% nos e-mails maliciosos durante a Black Friday e a Cyber Monday”.

Após a fuga de dados do WhatsApp, e dada a época do ano, a consultora deixou algumas recomendações de segurança.

“Certifique-se de que o remetente é de confiança”, referiu, aconselhando os consumidores a “nunca clicar em ligações de remetentes desconhecidos”, sendo que “se não tiver o número atribuído a um contacto conhecido e não conseguir verificar a sua identidade, bloquear imediatamente o número”.

A Check Point Research indicou ainda que “se a ligação dentro de uma mensagem WhatsApp aparecer para se ligar a um serviço legítimo que deseja utilizar”, o consumidor deve ir “directamente para o website da empresa para procurar os produtos e efectuar transacções”.

“Não clique em quaisquer ligações suspeitas”, apelou, salientando que, “se o URL na mensagem parecer suspeito, é provável que o seja” e pedindo para não encaminhar “essa mensagem para evitar a divulgação de ligações maliciosas a amigos e familiares”.

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