Oh là là!, a baguete já é Património da Humanidade. Rum de Cuba e chá da China também

A humilde baguete é um ícone de França e, por fim, integrará a lista do Património Cultural e Imaterial da UNESCO. Tal como a sabedoria dos mestres do rum cubano e do chá tradicional da China.

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A rainha Baguete EPA/IAN LANGSDON
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Baguetes do dia (sim, desta quarta-feira) na padaria de Paris com o belo nome de The French Bastards EPA/YOAN VALAT
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Baguetes do dia na padaria French Bastards de Paris EPA/YOAN VALAT
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Baguetes do dia na padaria French Bastards de Paris EPA/YOAN VALAT
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Baguetes do dia na padaria French Bastards de Paris EPA/YOAN VALAT
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Baguetes do dia na padaria French Bastards de Paris EPA/YOAN VALAT
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Baguetes do dia na padaria French Bastards de Paris EPA/YOAN VALAT
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Baguetes do dia na padaria French Bastards de Paris EPA/YOAN VALAT

A UNESCO, o organismo de património das Nações Unidas, com sede em Paris, votou esta quarta-feira favoravelmente a inclusão do “saber-fazer artesanal e a cultura do pão de baguete” na sua lista de Património Cultural e Imaterial, que já inclui cerca de 600 tradições de mais de 130 países. Entre outras foram também incluídos o rum cubano e o chá tradicional da China.

É uma “celebração do estilo de vida francês: a baguete é um ritual diário, um elemento estruturante da refeição, sinónimo de partilha e convívio”, disse a chefe da UNESCO, Audrey Azoulay.

“É importante que estas competências e hábitos sociais continuem a existir no futuro”, sublinhou.

A candidatura da baguete, fermentada ao longo de cinco anos, foi muito apoiada, contando até com a participação do Presidente francês, Emanuel Macron.

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A rainha Baguete. Aqui empunhada por um fiel da selecção francesa num jogo França-Espanha do Mundial de 2006 EPA/Robert Ghement

A baguete, um pão de forma, fofo por dentro, alongado e com uma crosta estaladiça, é um símbolo da França em todo o mundo e tem sido uma parte central da dieta francesa durante pelo menos 100 anos, embora alguns acreditem que já existe há mais tempo.

Reza a lenda que os padeiros de Napoleão Bonaparte inventaram a forma alongada para facilitar o transporte de pão pelas suas tropas. Mas também reza outra lenda que na verdade foi invenção de um padeiro austríaco chamado August Zang.

Hoje em dia, uma baguete, termo que significa “varinha” ou “bastão”, é vendida em França por cerca de 1 euro cada.

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A baguete é um ícone quotidiano de França Reuters/STEPHANE MAHE

Embora o consumo de baguetes tenha diminuído nas últimas décadas, a França ainda faz cerca de 16 milhões destes pães por dia - ou seja, quase 6 mil milhões de baguetes por ano -, de acordo com uma estimativa de 2019.

Feita apenas com farinha, água, sal e fermento, a massa de baguete deve descansar 15 a 20 horas a uma temperatura entre 4 e 6 graus Celsius, de acordo com a Confederação Francesa de Padeiros, que luta para proteger o seu mercado das padarias industriais.

Mas se os ingredientes são sempre os mesmos, cada padaria tem o seu próprio estilo subtil, e todos os anos há concursos a nível nacional para encontrar a melhor baguete.

E não é de estranhar que uma padaria de portugueses já tenha conquistado a distinção de melhor baguete em Paris, a conceituada Aux Délices du Palais.

Chá da China

Entre as novas inclusões na lista, encontram-se também “as técnicas tradicionais de processamento de chá da China e as práticas sociais associadas”. Estas, destaca a UNESCO, “implicam os conhecimentos, competências e práticas em torno da gestão de plantações de chá, apanha de folhas, processamento manual, o beber e o partilhar”. “Com base nas condições naturais e costumes locais, os produtores de chá desenvolveram seis categorias de chá: verde, amarelo, escuro, branco, oolong e chás pretos”, resume-se. E, “quando adicionados aos chás reprocessados, tais como chás com aroma de flores, o resultado é mais de 2000 produtos de chá com uma variedade de cores, aromas, sabores e formas”. A UNESCO lembra que “o chá é omnipresente na vida quotidiana do povo chinês”, “uma parte importante da socialização e de cerimónias”.

Rum de Cuba

O tradicional rum cubano, graças aos seus mestres e conhecimentos ancestrais, passa também a fazer parte da lista. A candidatura, refere a AFP, foi defendida pelos destiladores cubanos não apenas como uma técnica - “dominar o conhecimento é mais do que um mero conjunto de capacidades” -, mas como uma cultura e estilo de vida, incorporando até, sublinha a agência, restrições morais sobre a conduta pública e privada. Uma “arte” que vai além “das marcas e do marketing”. “O rum não é apenas um espírito, mas também uma parte importante da nossa expressão cultural. Representa uma parte importante da nossa cultura”, diz um mestre do rum, Asbel Morales, à AFP.

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