Comissão quer grávidas que usem urgências de “forma indevida” a pagar taxas

Ministro da Saúde afirma que vai analisar, “do ponto de vista técnico”, questão de grávidas recorrem a urgências quando podiam ser vistas noutras unidades de saúde.

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Ministro considera que questão é "muito mais técnica do que política" Nuno Ferreira Santos

O coordenador nacional da comissão de resposta em urgência de ginecologia, obstetrícia e blocos de partos, Diogo Ayres de Campos, defendeu que as grávidas que utilizem as urgências de forma indevida deixem de ter isenção de taxas moderadoras. “Podemos ter pessoas que, apesar de serem indicadas para outras soluções, insistem em ser vistas pelos médicos. É importante que a isenção de taxas moderadoras para as grávidas continue, mas não para o uso indevido ou abusivo dos cuidados de saúde”, afirmou à RTP.

Também o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, disse ao canal de televisão público: “A preocupação que os obstetras nos transmitem é justa: há também nas urgências obstétricas pessoas que recorrem sem necessidade e que podiam ser vistas noutros cuidados de saúde primários”. Por isso afirma: “Vamos analisar do ponto de vista técnico essa questão, que é muito mais técnica do que política, e é a esse nível que tem de ser avaliada.”

Desde 1 de Junho que as taxas moderadoras nos serviços de urgência passaram a ser pagas só quando o doente não estava indicado pelo Serviço Nacional de Saúde ou quando não a observação não resulte em internamento, mas não para casos como as grávidas ou quem tem insuficiência económica, entre outros.

Em Junho a comissão nomeada pela então ministra da Saúde Marta Temido para acompanhar a crise nas maternidades disse que iria “clarificar e divulgar quais são as situações” que devem levar as grávidas às urgências de obstetrícia e ginecologia e em que circunstâncias devem recorrer aos centros de saúde ou a consultas hospitalares.

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