Quinta-feira é dia de se saber se o Brasil é mesmo candidato ao título

Uruguai e Suíça também terão oportunidades para confirmarem os seus actuais momentos de forma.

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Neymar é a grande figura do Brasil Reuters/AMANDA PEROBELLI

As proezas de Arábia Saudita e Japão deixaram de sobreaviso as outras selecções que chegaram ao Qatar com enormes ambições, como é o caso do Brasil. A selecção pentacampeã estará mais precavida para o seu encontro de estreia no Mundial 2022, frente à Sérvia.

Também na primeira jornada do Grupo G, a Suíça apresenta-se bastante determinada em entrar com o pé direito, frente aos Camarões. No Grupo H, o de Portugal, o treinador português Paulo Bento vai tentar contrariar o favoritismo e as estatísticas diante do experiente Uruguai.

Brasil-Sérvia

Independentemente da campanha no Qatar, este será o último Mundial do seleccionador Tite. O treinador de 61 anos é o primeiro a ter a honra de dirigir a selecção brasileira em dois Mundiais consecutivos desde Mario Zagalo, que defendeu o título conquistado em 1970.

Tite conta com 57 vitórias e apenas cinco derrotas em 76 encontros à frente da “canarinha”, que lidera o ranking FIFA. Presença obrigatória nos quartos-de-final desde 1994, o Brasil continua, no entanto, sem conseguir alcançar a final desde 2002, quando conquistou o quinto título.

Neste Mundial 2022, apresenta a quinta equipa mais velha, com uma idade média superior a 28 anos e conta com dois do top-10 dos jogadores mais velhos: Dani Alves (39 anos) e Thiago Silva (38). Mas Tite trouxe igualmente para o Qatar um trio de talentosos jovens, Vinicius Junior (22 anos), Antony (22) e Rodrygo (21), que deverão aligeirar a pressão que a estrela Neymar habitualmente sente.

Já a Sérvia procura chegar aos “oitavos” da prova pela primeira vez. O seleccionador sérvio Dragan Stojkovic conta com uma forte selecção, onde não faltam jogadores de qualidade, como Dusan Vlahovic, Filip Kostic, Dusan Tadic e Aleksandar Mitrovic – cujo golo no último jogo da fase de qualificação, no minuto 90, garantiu o primeiro lugar no grupo e obrigou Portugal a disputar o play-off.

O médio Kostic estará em dúvida até ao último momento, devido a um problema muscular contraído no último encontro que fez pela Juventus.

Uruguai-Coreia do Sul

O Uruguai pode ser o segundo menor país da América do Sul em área, mas é sem dúvida um dos maiores do mundo no rácio de futebolistas de qualidade por metro quadrado. Além do talento, o treinador Diego Alonso conta com a experiência de vários jogadores, com destaque para o defesa central Diego Godín, o quinto futebolista presente no Mundial 2022 com mais internacionalizações (159) e quarto na lista de mais encontros realizados em Mundiais (14) – a par do avançado Edinson Cavani, atrás do guarda-redes Fernando Muslera (16) e à frente do avançado Luis Suárez (13).

Mas também não faltam bons jovens na equipa “celeste”, como o defesa do Barcelona, Ronald Araujo (23 anos), ou o médio do Real Madrid, Federico Valverde (24). Recuperados de problemas físicos, Cavani e Araujo são opções para o duelo com a Coreia do Sul, igualmente com uma média de idades superior a 28 anos.

A equipa sul-coreana, dirigida pelo português Paulo Bento, tem a certeza de poder apresentar a sua maior estrela, Heung-min Son, recuperado de uma intervenção cirúrgica ao olho esquerdo. O avançado do Tottenham, que vai jogar com uma máscara de protecção, tem estado ausente dos relvados desde 1 de Novembro, quando se lesionou num encontro em Marselha, da Liga dos Campeões. Mas a tarefa avizinha-se difícil perante o Uruguai, que venceu nos dois duelos anteriores em Mundiais, em 1990 e 2010.

Suíça-Camarões

Murat Yakin não tem dúvidas que dirige a melhor selecção de futebol da Suíça de sempre. O objectivo principal dos suíços não se limita a igualar as presenças nos quartos-de-final dos Mundiais de 1934, 1938 e 1958, mas sim fazer melhor que isso. A selecção suíça tem no médio Granit Xhaka (30 anos e 107 internacionalizações) o seu jogador mais influente e vem de vitórias consecutivas nos últimos três jogos oficiais, na Liga das Nações, frente a Portugal, Espanha e República Checa.

A selecção dos Camarões também chega motivada, muito por culpa da exigência de dois grandes ex-jogadores: Samuel Eto'o, agora presidente da federação camaronesa de futebol, e Rigobert Song, actual seleccionador.

A selecção africana com mais presenças em Mundiais, oito, conquistou o terceiro lugar na CAN 2021, depois de perder a meia-final com o Egipto, no desempate por grandes penalidades. Mas pode confiar na excelente forma de Eric Choupo-Moting, que já leva 11 golos marcados em 16 jogos disputados esta época ao serviço do Bayern Munique.

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