Turquia acusa curdos de dispararem rockets contra escola

Três pessoas morreram e seis ficaram feridas. Governo de Ancara promete continuar a bombardear posições curdas na Síria e no Iraque.

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Camião carbonizado após ser atingido por rocket na Turquia Reuters/IHA

A Turquia acusou um grupo de militantes curdos de terem disparado vários rockets a partir de posições na Síria, matando três pessoas e ferindo seis.

De acordo com o Ministério do Interior, os projécteis atingiram vários locais na província de Gaziantep, incluindo uma escola. Entre as vítimas mortais está uma criança e um professor.

A agência estatal Anadolu divulgou imagens que mostram os vidros partidos de um edifício e um camião em chamas. Ao todo, terão sido disparados cinco morteiros.

Na véspera, vários rockets também disparados a partir da Síria atingiram um posto fronteiriço, ferindo seis polícias e dois militares.

Os ataques são interpretados como uma resposta por parte de milícias curdas baseadas na Síria aos bombardeamentos realizados pela Força Aérea turca contra posições sob controlo do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização considerada terrorista por Ancara. Por sua vez, estes raids foram a retaliação pelo atentado à bomba que matou seis pessoas no centro de Istambul na semana passada.

O Governo turco responsabilizou os militantes curdos pelo atentado terrorista e prometeu vingança. Este fim-de-semana, para além de bombardear o Norte da Síria, a Força Aérea turca também visou o Norte do Iraque, onde também estão alojados grupos curdos.

O PKK e as organizações aliadas, como as Unidades de Defesa do Povo (YPG), rejeitaram qualquer responsabilidade pelo atentado de Istambul.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, não excluiu a possibilidade de lançar uma ofensiva terrestre contra os curdos na Síria. “O nosso Ministério da Defesa e forças armadas decidem em conjunto quantas das nossas forças terrestres devem tomar parte [na ofensiva]”, afirmou Erdogan, citado pelos media turcos.

Desde os anos 1980 que o PKK luta pela independência de uma área no Sudeste da Turquia, que historicamente é habitada por populações curdas. O combate à insurreição já fez mais de 40 mil mortos. O PKK é considerado uma organização terrorista pela Turquia, EUA e União Europeia, mas as YPG, por exemplo, tiveram o apoio de Washington durante o combate contra o Daesh na Síria.

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