Suspeita de matar filho em Santo André fica internada num hospital psiquiátrico

Juíza decretou prisão preventiva da mãe após a ter interrogado no Tribunal de Setúbal, mas decidiu substituir a medida por internamento em hospital psiquiátrico “enquanto a anomalia persistir”

Foto
GNR foi alertada pelo pai da criança a quem a mãe ligou com discurso desconexo Margarida Basto

A mulher suspeita de ter esfaqueado o filho de ano e meio até à morte em Vila Nova de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, foi ouvida esta terça-feira no Tribunal de Setúbal e vai ficar para já internada num hospital psiquiátrico “enquanto a anomalia persistir”, indica um comunicado elaborado pela juíza de instrução.

A mesma nota explica que a medida de coacção decretada foi a de prisão preventiva, mas a mesma foi “substituída por medida de internamento em hospital psiquiátrico”, pelo que só quando deixar de haver justificação para este é que a suspeita ficará presa. “Na sequência de primeiro interrogatório judicial de arguida detida foi aplicada a medida de coacção de prisão preventiva, substituída por medida de internamento em hospital psiquiátrico enquanto a anomalia persistir”, lê-se no comunicado.

A juíza de instrução dá ainda nota que decretou, a pedido do Ministério Público, que o inquérito corra coberto pelo segredo de justiça.

O caso aconteceu na madrugada de segunda-feira. Tudo indica que a progenitora, que morava sozinha com a criança e tinha acompanhamento médico ao nível da saúde mental, tenha assassinado o filho durante um surto psicótico, até porque não existem indícios de maus tratos da criança. Pelo contrário: a vizinhança dizia que a mulher se mostrava muito carinhosa para o filho, cujo pai se encontrava emigrado em França. E a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Santiago do Cacém já esclareceu que “nenhuma situação de perigo” envolvendo este menino lhe foi alguma vez comunicada.

O homicídio sucedeu na casa onde viviam mãe e filho. A GNR foi alertada pelo progenitor, a quem a mulher telefonou durante aquela madrugada. O seu discurso desconexo fez o homem temer pela segurança quer da ex-companheira, quer da criança.

Antes de ser ouvida em tribunal, a suspeita foi submetida a tratamento no Hospital de Setúbal.

Sugerir correcção
Comentar