Instituições portuguesas num projecto para ligar as áreas protegidas da Europa

Lançado esta quinta, o NaturaConnect pretende ajudar os governos da União Europeia a desenvolver uma rede natural “resiliente e bem interligada”, que contribua para a conservação da biodiversidade.

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Consórcio com 22 instituições quer construir "uma rede natural transeuropeia coerente, resiliente e bem interligada" Rui Gaudencio

A associação Biopolis, em conjunto com o pólo da Universidade do Porto (UP) do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Cibio), e a Universidade de Évora integram um projecto que visa identificar áreas a proteger na Europa, para, assim, contribuir para uma maior preservação da biodiversidade.

Em comunicado, o Cibio esclarece que o projecto, lançado esta quinta-feira e intitulado NaturaConnect, pretende apoiar os governos da União Europeia (UE) e outras instituições públicas e privadas na “concepção de uma rede natural transeuropeia coerente, resiliente e bem interligada”.

Para ajudar os Estados-membros a concretizarem a estratégia prevista para as áreas protegidas, o projecto, financiado pelo programa Horizonte Europa, junta 22 instituições e parceiros que trabalharão com gestores de áreas protegidas e organizações de conservação da natureza para identificar as melhores áreas a proteger na Europa e, assim, contribuir para uma maior preservação da biodiversidade a adaptação às alterações climáticas.

Os grupos austríaco, húngaro e romeno da WWF, a Rewilding Europe, que tem um braço português a tentar reconstituir um corredor natural na bacia hidrográfica do rio Côa, e a Birdlife International, organização voltada para a protecção das aves e dos seus habitats, são algumas das instituições ligadas ao projecto. Há também diversas universidades, de países como Finlândia, Itália, os Países Baixos e a Polónia.

Em tempos recentes, várias nações assumiram o compromisso de converter pelo menos 30% das suas áreas terrestres e marítimas em áreas protegidas. Foi no final de Junho deste ano, na Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas (que aconteceu no Parque das Nações, em Lisboa), que António Costa anunciou que Portugal pretende proteger 30% das suas áreas marinhas até 2030.

Para os parceiros do NaturaConnect, atingir 30% de protecção passa pelo desenvolvimento de “uma Rede Transeuropeia de Natureza que funcione como um sistema interligado, formado por corredores ecológicos entre áreas naturais e seminaturais”. Se for “gerida adequadamente”, esta rede “pode proporcionar uma ampla gama de benefícios para a biodiversidade e para as pessoas”, argumenta o Cibio em comunicado.

O projecto, pode ler-se no seu site, pretende colaborar com os decisores políticos, fornecendo a estes últimos “os melhores dados disponíveis para avaliar a biodiversidade e os benefícios para as pessoas”. Pretende também “antecipar desenvolvimentos futuros”, tanto ao nível das condições climáticas como ao do uso da terra, que possam “limitar ou permitir o desenvolvimento” da tal rede transeuropeia.

Outros objectivos incluem identificar instrumentos financeiros que permitam implementar a rede e encontrar também “formas de mitigar barreiras”, através, por exemplo, da capacitação de meios técnicos e de um diálogo regular com autoridades e outros protagonistas relevantes.

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