Sporting tenta salvar hoje mais um “match-point”

Um empate frente ao Eintracht Frankfurt garante a qualificação para os “oitavos” da Liga dos Campeões, mas uma derrota pode deixar os “leões” fora das provas europeias.

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Rúben Amorim: "O factor mais importante que trouxemos foi a exigência" EPA/ANTONIO COTRIM

Rúben Amorim garante que no balneário “leonino” nem se fala “no empate”, mas o Sporting vai jogar esta noite (20h, Eleven 1), no Estádio José Alvalade, o ponto mais importante da época. Já eliminados da Taça de Portugal e na 6.ª posição da I Liga, a 12 pontos do líder Benfica, os “leões” recebem, na derradeira jornada do Grupo D da Liga dos Campeões, o Eintracht Frankfurt com uma certeza: se não perderem, garantem pela segunda época consecutiva um lugar entre os 16 melhores da prova. Há, no entanto, o cenário oposto. Em caso de derrota frente aos alemães, falham os “oitavos” da Champions e, caso o Marselha vença ou empate, o Sporting fica fora das provas europeias.

O momento é tudo menos sereno em Alvalade. E, na véspera de disputar mais um “match-point” esta temporada, Rúben Amorim, no seu estilo habitual, não se escondeu atrás de palavras politicamente correctas. Na antevisão de um confronto decisivo frente ao Eintracht Frankfurt, o técnico “leonino” garantiu que não pode jogar para o empate - “Temos de ter noção do momento em que estamos, em que qualquer bola que vai à nossa baliza dá golo” - e, recuando duas temporadas, reconheceu que confiança não é um sentimento que exista em Alvalade. “No ano em que fomos campeões, sentia-se que alguma coisa ia acontecer. Agora, sente-se o contrário.”

A frieza da análise de Amorim confirma a importância da última partida da fase de grupos para o Sporting. Numa altura em que o técnico sabe que os adeptos “não estão contentes com os resultados” e “fazem bem em não estar porque a exigência tem de ser outra”, a pergunta sobre como seria o dia seguinte no caso de surgir a oitava derrota da época, mostrou um treinador a tentar sacudir a pressão: “Não vou responder já a essa pergunta. Não entra na minha cabeça”.

Afirmando que os “leões” vão ter de “arranjar forças onde for” e notando que há coisas boas nos maus momentos, o treinador sportinguista voltou a falar em exigência quando foi confrontado com o seu futuro: “Podemos falhar ou não objectivos, mas todas as épocas começamos do zero. A única avaliação é ter a noção da exigência do clube. Principalmente se sou a pessoa certa para seguir no clube. Fá-la-ei no final. Gosto de assumir as minhas responsabilidades. O factor mais importante que trouxemos foi a exigência, sem qualquer tipo de desculpa. Se é boa na parte boa, na parte má temos de sofrer as consequências”.

Mudança no Eintracht

Frente a um rival que “mudou o sistema” após perder em casa frente ao Sporting - “voltou ao do ano passado, espera mais as equipas” -, os lances com origem em bolas paradas, que têm sido uma das fraquezas dos sportinguistas nesta temporada, podem ser decisivos e Amorim aproveitou esse tema para voltar a falar dos problemas que tem tido.

Garantindo que “toda a equipa técnica tem feito um trabalho exaustivo como fazia noutras épocas”, Amorim disse que Palhinha, Matheus Nunes e Feddal foram substituídos “por outros jogadores que foram opção para mudar a qualidade do jogo”, mas “isso retira muita altura e agressividade no ar”. “Nunca tivemos tantos jogos sem o Seba [Coates] e sem o Paulinho. Às vezes temos só os baixinhos. Temos culpa nesse problema da equipa, mas não há como substituir uma equipa que era muito grande por uma equipa muito mais baixa. Esses factores têm de ser acautelados, não o foram pelo treinador porque olhou para o jogo de outra forma”.

Embora a equipa seja diferente e haja problemas novos, fora de questão está apostar num “plano B”. Amorim garante que não vai abdicar dos três centrais, porque pensa “muito mais em mudar o sistema quando” está “bem”: “Quando estamos mal temos de voltar às raízes e saber o que fazemos. Acredito muito no nosso sistema. Às vezes são três centrais, outras são quatro defesas, depende de como pressionamos. Nunca tive ideia de mudar porque podemos fazer muito com as peças que estão.”

Depois de ter deixado, no fim-de-semana, em Arouca, muitos dos habituais titulares de fora, frente ao Eintracht, o Sporting, para além dos lesionados de longa duração (Luís Neto e Daniel Bragança), só terá mais uma baixa: Morita, com uma lesão no gémeo esquerdo.

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