CDS lança cartaz com “o básico” de IVA zero para bens essenciais

Nuno Melo defendeu que a isenção de IVA em bens essenciais tem cabimento orçamental.

Foto
O cartaz foi afixado junto à Assembleia da República, onde o CDS quer voltar a ter assento Rui Gaudêncio

A proposta do CDS para a aplicação de uma taxa zero de IVA a bens essenciais, de forma temporária, passou para uma imagem afixada nas ruas de Lisboa. O cartaz – o primeiro e o “possível” – da liderança de Nuno Melo foi colocado, esta manhã, junto à Assembleia da República, horas antes do arranque do debate do Orçamento do Estado para 2023 (OE 2023).

Apesar de colocar a imagem a poucos metros do cartaz (permanente) do Chega, o CDS quer distinguir-se dos partidos no seu espaço político. “É o único partido democrata-cristão”, “é personalista e humanista” em contraste com a “insensibilidade social” do socialismo, sustentou Nuno Melo, referindo que, enquanto fala aos jornalistas, “há 4,4 milhões de portugueses a viver no limiar da pobreza”.

O líder do CDS apelou ao Governo para que aplique temporariamente a taxa zero de IVA a bens essenciais, medida que “é autorizada” por Bruxelas desde Abril, altura em que o partido apresentou a proposta. “É uma medida básica que qualquer Governo com sensibilidade social devia lançar”, defendeu, sustentando que há margem orçamental para o fazer tendo em conta os “6,6 mil milhões de euros de lucros arrecadados pelo Estado até Agosto” fruto da subida da inflação. “O Governo opta por arrecadar riqueza em vez de ajudar as famílias”, reforçou.

Questionado se concorda com a ideia repetida pelo Governo sobre a necessidade de contas públicas “certas”, o líder do CDS considerou que a proposta não choca com esse princípio, tendo em conta a “riqueza” acumulada pelo Estado por causa da inflação e a “economia de guerra” em que Portugal vive.

O local escolhido para afixação do cartaz não é aleatório e tem o “simbolismo” de ser junto da Assembleia da República, onde o CDS “quer voltar nas próximas legislativas”.

Em relação a outras propostas que o CDS apresentaria ao OE2023, se tivesse representação parlamentar, Nuno Melo referiu a actualização dos escalões do IRS para evitar a perda de poder de compra no próximo ano.

Questionado sobre o acordo entre Portugal, Espanha e França relativo ao corredor de energia verde, o líder dos centristas considerou que o primeiro-ministro deu uma “propaganda como boa” e fez uma “má negociação”, referindo que Portugal deixou cair o transporte de electricidade nos corredores energéticos. “O primeiro-ministro comprou a cenoura que o Presidente francês [Emmanuel Macron] lhe deu, prejudicando os interesses nacionais”, apontou.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários