Arctic Monkeys: a banda que caiu na Terra

Fantasmas pop, belissimamente interpretados, de orquestração opulenta, a dar vida a uma tristeza que se insinua e persiste, tantas festas e tanta alegria depois.

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Tendo no centro a admirável capacidade interpretativa de Alex Turner, The Car ensaia combinações na procura do cenário justo para cada canção Zachery Michael

Ei-lo então, o homem que caiu na Terra. Há quatro anos, encontrámo-lo, para nossa surpresa, abandonado na triste solidão de um hotel numa estação espacial, a ruminar os sonhos perdidos da juventude, a pesar, lá longe, a desolação humana do planeta que abandonara para cantar a sua decrepitude em salas deprimentes montadas na imensidão do cosmos. Tranquility Base, Hotel & Casino foi em 2018 o álbum da transformação. Esqueçam os Arctic Monkeys do frenesim juvenil, das noites tão perfeitas quanto era tragicamente deprimente a ressaca do dia seguinte, que conhecemos em Whatever You Think I Am, That’s What I’m Not, já lá vão 16 anos. Esqueçam os Arctic Monkeys como máquina rock’n’roll sintonizada nos fundadores 70s e inspirada pela verve e sofreguidão dos Queens of The Stone Age, os de AM, saído há nove anos e que os ergueu, estádio após estádio, festival após festival, aos lugares cimeiros da hierarquia rock do novo milénio.

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