Temporada musical de São Roque abre sexta-feira e conta com estreias

Programação inclui várias estreias modernas de obras, nomeadamente dos vilancicos, de João Pedro de Almeida Mota (1744-1817).

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Igreja de São Roque DANIEL VILLAFRUELA

A Temporada de Música de São Roque abre esta sexta-feira, em Lisboa, e até 11 de Novembro conta com dez concertos e estreias de obras de Sérgio Azevedo e João Madureira.

A Igreja de São Roque e o vizinho Convento de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, em Lisboa, são os cenários desta 34.ª edição da temporada, uma iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A programação inclui várias estreias modernas de obras, nomeadamente dos vilancicos, de João Pedro de Almeida Mota (1744-1817), no próximo dia 28, às 21h, na Igreja de São Roque, pelo Concerto Campestre, sob a direcção de Pedro Castro.

O concerto de abertura, na sexta-feira, às 21h, em São Roque, pelo Coro Gulbenkian sob direcção de Inês Tavares Lopes, apresenta um programa intitulado A Idade de Ouro da polifonia portuguesa: música da Sé de Évora", com peças de compositores activos nos séculos XVI e XVII, como Estevão de Brito, Estevão Lopes Morago, William Byrd e Duarte Lobo.

No domingo, às 16h30, apresenta-se a Camerata Atlântica, sob a direcção de Ana Beatriz Manzanilla, sendo solista a soprano Eduarda Melo, com um programa constituído por obras de Alexandre Delgado, Anne Victorino d'Almeida, Eurico Carrapatoso, Constança Capdeville e Sérgio Azevedo.

Uma delas é apresentada em estreia: Nursery Rhymes-Six nonsense songs for Paula Rego, para soprano e cordas, de Sérgio Azevedo, que assina também a orquestração de Visions d'Enfants, para soprano e cordas, de Constança Capdeville (1937-1992).

Os 200 anos da independência do Brasil são assinalados na programação, com um concerto, pelo Americantiga Ensemble, sob a direcção de Ricardo Bernardes, no próximo dia 21, às 21h, em São Roque, com as estreias modernas da Missa a cinco vozes e orquestra, de André da Silva Gomes (1742-1844), que foi tocada pela primeira vez em São Paulo, na noite da proclamação da independência; e do Te Deum laudamus a quatro vozes e orquestra, de João de Deus de Castro Lobo (1797-1832), tocada cinco dias depois da independência, em Vila Rica (Mato Grosso), quando a notícia da proclamação lá chegou.

O mês de Outubro tem previsto mais três concertos: no dia 23, o Quinteto de Sopros do Vale actua no convento, enquanto o Concerto Campestre, no dia 28, às 21h, em São Roque interpreta um programa que inclui a estreia moderna de vilancicos de João Pedro de Almeida Mota, incluindo no programa obras religiosas de Pedro Avondano, Ambrosio Molinero e J. S. Bach; e, no dia 30, às 16h30, no convento, o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa apresenta Voce Meam.

O mês de Novembro abre com a Messa Pastorale, de Giovanni Giorgi, pelo Ludovice Ensemble, no dia 04, às 21h, em São Roque.

Neste concerto, do compositor italiano Giovanni Giorgi (1700-1762), que viveu em Lisboa, onde foi compositor da Patriarcal, serão também interpretadas outras obras suas e peças de José António Carlos de Seixas, e do Cantochão do Theatro Ecclesiástico, entre outros.

No dia seguinte, às 16h30, no Convento de São Pedro de Alcântara, realiza-se o concerto protagonizado pel'O Bando de Surunyo, estreando Três ocasos para Susana, de João Madureira, a partir do poema de Pedro Braga Falcão.

Segundo nota da organização, este programa “consiste numa selecção de obras dos séculos XVI e XVII provenientes de Portugal, Espanha, França e Itália que têm mulheres como personagens principais. Cada peça conta uma história diferente na qual as protagonistas assumem diferentes papéis - mãe, rainha, amante, asceta, jovem, idosa - deparando-se com diferentes tipos de adversidade - desamor, abandono, violência, morte, assédio, tentação”.

Este concerto propõe a recitação por Romi Soares de textos originais de Pedro Braga Falcão, intercalada com obras do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, e a estreia de uma obra encomendada a João Madureira.

A Temporada de São Roque, sob a direcção artística do maestro Filipe Carvalheiro, termina no dia 11, com Uma Viagem no Centro da Europa, pelos solistas da Orquestra Barroca da Casa da Música.

O programa do concerto inclui peças de Luigi Boccherini (1743-1805), Johann Christoph Bach (1642-1703), Georg Druschetzky (1745-1819), Heinrich von Biber (1644-1704) , Jan Dismas Zelenka (1679-1745) e Georg Friedrich Händel (1685-1759).

O maestro Martim Sousa Tavares volta este ano, pela quinta vez sucessiva, a dirigir o ciclo de “encontros de apreciação musical”, denominado Ouvidos para a Música, que conta com a participação do pianista Raúl da Costa e a realização de Adriana Romero.

Ao longo de oito episódios serão passados em revista diferentes temáticas e repertórios, revisitando algumas das mais ouvidas composições de todos os séculos, assim como música que se dá a descobrir ao público, refere a organização.

NL // TDI

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