Detido no Luxemburgo homem suspeito de matar e desmembrar cidadã portuguesa

Ruptura de casamento de conveniência com cidadão marroquino terá estado na origem do crime. Investigação das autoridades luxemburguesas não terminou.

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O suspeito foi detido pelas autoridades e está preso preventivamente na penitenciária de Schrassig Polícia do Luxemburgo

Um homem de 48 anos foi detido no Luxemburgo por suspeita da morte da portuguesa Diana Santos, cujo cadáver apareceu mutilado num beco perto de um prédio desabitado em território belga, junto à fronteira com aquele país.

Segundo o Correio da Manhã, na origem do homicídio da emigrante, perpetrado em meados do mês passado, terá estado um casamento de conveniência. Namorada do marroquino agora detido, Diana Santos, que tinha 40 anos e cantava em festas de emigrantes e sessões de karaoke, terá aceite casar-se com um sobrinho deste homem a troco de 20 mil euros, para que este pudesse trabalhar na União Europeia. Mas não terá querido manter o matrimónio tempo suficiente para permitir que isso sucedesse.

O seu tronco foi descoberto a 19 de Setembro por um transeunte em Mont-Saint-Martin, cidade localizada na fronteira com a Bélgica e Luxemburgo, decapitado e sem membros, num beco frequentado por toxicodependentes. Os resultados da autópsia não revelaram quaisquer vestígios de ferimentos de bala, facadas ou violência sexual.

​O suspeito ficou detido preventivamente na penitenciária de Schrassig, depois de ter sido interrogado por um juiz de instrução, mas a investigação não terminou. Vai ser preciso apurar se este homem agiu sozinho ou se contou com a cumplicidade de alguém e se existe alguma relação entre o homicídio e uma suposta rede de tráfico de passaportes.

Certo é que o crime não foi cometido em Mont-Saint-Martin, não estando descartada a hipótese de ter tido lugar na residência do casal, em Diekirch, no Luxemburgo. Segundo a Procuradoria-geral de Diekirch, a justiça luxemburguesa foi encarregada do caso após a difusão de tatuagens no corpo que permitiram identificar a vítima: “A identificação foi confirmada por análise de DNA”, disseram as autoridades deste país. Provavelmente foi morta “nas 24 horas que antecederam a descoberta do corpo, obviamente desmembrado noutro local”, revelou o procurador François Pérain.

Para não prejudicar a investigação em curso, o Ministério Público decidiu que não irá por enquanto divulgar mais informações, salientando ainda que qualquer suspeito tem direito à presunção de inocência até ser julgado e considerado culpado.

Diana Santos tinha morado nas Caxinas, em Vila do Conde, localidade onde tinha vários familiares, incluindo um filho de 22 anos. Uma marcha branca em homenagem à vítima deverá realizar-se a 22 de Outubro na localidade fronteiriça de Athus, na Bélgica.

​Os consulados gerais de Portugal em Estrasburgo e no Luxemburgo dizem estar a acompanhar “com especial atenção” o caso. Com Lusa

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